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JBS espera aumento das exportações e investe em marcas

A receita com exportações do JBS, gigante global do setor de carnes, deverá saltar em 2011 na comparação com 2010, superando os 10 bilhões de dólares, com influência dos melhores preços no mercado internacional e do bom desempenho da unidade norte-americana, afirmou o presidente da companhia nesta quarta-feira.

A receita com exportações do JBS, gigante global do setor de carnes, deverá saltar em 2011 na comparação com 2010, superando os 10 bilhões de dólares, com influência dos melhores preços no mercado internacional e do bom desempenho da unidade norte-americana, afirmou o presidente da companhia nesta quarta-feira. No ano passado, as exportações do JBS, maior produtor global de carne bovina e segundo maior em carne de frango, atingiram 8,5 bilhões de dólares.

As exportações da companhia cresceram de 2,08 bilhões de dólares no quarto trimestre do ano passado para 2,45 bilhões de dólares no primeiro trimestre deste ano, ajudando no aumento do lucro líquido da empresa no primeiro quarto de 2011, para 147 milhões de reais.

“Mantendo este ritmo, deveremos ultrapassar os 10 bilhões de dólares em exportações neste ano”, afirmou Wesley Batista, presidente da empresa, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do primeiro trimestre.

Ele citou os bons preços de exportação de carnes e também a competitividade dos Estados Unidos, com um dólar fraco diante de outras moedas, entre os fatores por trás do crescimento das vendas externas, que respondem por pouco mais de um quarto da receita da unidade de bovinos norte-americana.

“O bom resultado da unidade de bovino é uma combinação de coisas. Desde quando compramos o negócio nos EUA, ele vem melhorando”, disse o presidente, salientando que o “mix” de produtos vendidos melhorou, com vendas para mercados que pagam mais. Além disso, o preço da carne nos EUA também subiu, ressaltou.

As operações nos EUA, que incluem carnes suína, aves, além das atividades na Austrália, respondem por mais de 70% da receita total do JBS, que atingiu 14,6 bilhões de reais no primeiro trimestre (alta de 20% ante o mesmo período do ano passado).

A unidade de suínos também teve bom desempenho, igualmente com destaque para as exportações, que superaram em quase 50% as registradas no trimestre anterior, segundo o diretor de Relações com Investidores, Jeremiah O´Callaghan.

O desempenho das unidades de bovinos e suínos nos EUA fez com que o Ebitda do JBS (de 835,9 milhões de reais) e o lucro líquido viessem acima da expectativa, ponderou a Link Investimentos, em relatório.

Mas em frango o aumento nas exportações não foi suficiente para evitar que o Ebitda da operação nos EUA ficasse negativo em 55,2 milhões de dólares. “(O resultado negativo) foi impactado pelo esforço de redução do estoque, alto preços dos grãos, diversos eventos climáticos que resultaram no fechamento de algumas unidades”, disse O´Callaghan.

O presidente da companhia disse ainda que deverá ser iniciado esta semana o processo de rebalanceamento da dívida da empresa, cuja grande parcela está no Brasil, com a transferência de parte do montante para os EUA com o objetivo de obter redução de custos e de impostos. “Esperamos estar com essa operação concluída antes do final do trimestre, devemos estar nesta semana começando essas operações nos EUA”, disse.

“Queremos rebalancear ao redor de 2 bilhões de dólares, queremos colocar nos EUA… pagar o equivalente a 2 bilhões no Brasil para ter um custo menor da dívida e benefício fiscal”, disse.

A relação da dívida líquida sobre o Ebitda teve ligeira alta no primeiro trimestre, para 3,1 vezes, diante da necessidade de maior capital de giro, com o aumento nos custos das matérias-primas. “Estamos confiantes que vamos gerar caixa e vamos reduzir a dívida”, disse Batista. “Neste ano e em 2012, achamos que temos como baixar nossa alavancagem para perto de 2x”, disse.

Segundo ele, o JBS está elevando o nível do uso da capacidade – no Mercosul está em 80%, contra 70% no ano passado -, e Batista vê menor necessidade de aumento de capital de giro. Ele disse que a empresa não está trabalhando, no momento, em planos de IPO da unidade nos EUA.

Marcas

Após anos dedicados a ganhos de escala, a JBS agora concentra esforços na conquista de maior espaço nos supermercados e na mesa do consumidor. “Estamos muito focados em trabalhar marcas e produtos de maior valor agregado”, disse Márcio Gonzalez, diretor da divisão de carnes.

Ontem, durante a Feira Internacional de Negócios em Supermercados, o grupo lançou cerca de 30 produtos, como pizzas prontas com a marca Vigor, embutidos da marca Friboi e hambúrguer bovino orgânico Swift.

Segundo Gonzalez, a Swift, marca global da JBS, deve ser trabalhada como premium, enquanto a marca Friboi será de massa. Já a Vigor, adquirida pela JBS junto com o Bertin, terá parte da linha de pratos prontos, além dos tradicionais lácteos.

O executivo, que até o ano passado trabalhava na rival Marfrig, disse que a JBS traçou metas ambiciosas de expansão para os industrializados, mas não citou números. Para ele, a JBS não está chegando “atrasada” na disputa pelo consumidor, após os altos investimentos em marketing feitos pela Marfrig em 2010, com a marca Seara. “A JBS passou por um período de fusão interessantíssimo. A hora é de consolidar.”

Ações

As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da JBS estão entre as poucas altas do Ibovespa no pregão desta quarta-feira, após a empresa divulgar seu balanço do primeiro trimestre.

Por volta das 16h10, os papéis subiam 0,17%, para R$ 5,63, enquanto o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 1,67%, para 63.795 pontos.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo, da Folha de S.Paulo e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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