Principais indicadores do mercado do boi –03-05-2017
3 de maio de 2017
Cobrança de Funrural torna inviável pecuária no Estado, diz Acrimat
3 de maio de 2017

JBS faz primeira importação de picanha dos EUA e prevê volumes crescentes

A brasileira JBS realizou a primeira importação de carne bovina in natura norte-americana para o Brasil, um pequeno carregamento de 12 toneladas de picanha que vem para desenvolver um mercado premium no qual a companhia vê grande potencial no país.

A importação pela JBS de um tipo de corte que tem um apelo muito maior entre os consumidores brasileiros do que entre norte-americanos pode atingir pelo menos 150 toneladas ao mês, segundo as projeções iniciais da companhia, o equivalente a quase 10% da produção de picanha da companhia no Brasil, e um indicativo do tamanho do nicho de mercado que a empresa busca.

A picanha dos EUA, produzida a partir de um gado com origem europeia, é mais macia por ter mais gordura entremeada do que a produzida com o boi predominante no rebanho nacional, das raças zebuínas, que resulta em uma carne mais “magra”.

E vem para atender a um mercado premium, cujo valor agregado viabiliza importações, apesar da tarifa de pouco mais de 10% no Brasil, atualmente o maior exportador global de carne bovina, enquanto os EUA são os maiores produtores.

“O brasileiro gosta de carne, existe potencial de consumo que pode ser explorado… Acho que é um mercado que tende a crescer muito”, afirmou o diretor técnico da JBS Carnes, Bassem Sami Akl Akl, lembrando que o negócio foi possível após os dois países firmarem, no ano passado, um acordo bilateral que permite também a exportação de carne brasileira in natura aos EUA.

Se a demanda brasileira pelo produto for boa neste primeiro momento, a importação da JBS poderia atingir até 200 toneladas por mês. A título de comparação, a JBS produz no Brasil 1.700 toneladas mensais de picanha.

A importação de carne bovina in natura dos EUA, que passou a ser possível por qualquer empresa após o acordo de equivalência sanitária no ano passado, tem uma facilidade comercial para a JBS pelo fato de a companhia ter grande operação na América do Norte.

O diretor comercial da JBS Carnes, Antônio Sobrinho Almeida Souza, acrescentou que a companhia não precificou, neste primeiro momento, o valor de venda do produto, que inicialmente será comercializado nos “principais restaurante de São Paulo”, até pelo pequeno volume da primeira carga que não poderia atender o varejo como um todo.

Souza acrescentou que a empresa tem ainda a meta de fornecer a carne dos EUA aos principais empórios e, mais adiante, vender o produto nas lojas Swift, da própria JBS.

“Vamos fazer essa experimentação, sentir o que mercado entende do produto, qual vai ser a aceitação, e aí vamos para todo o Brasil, com picanha, maminha, alcatra completa.”

Souza disse ainda que a empresa já tem outras cargas de carnes do EUA já contratadas para desembarque no Brasil.

Esse primeiro carregamento, que chegou ao porto de Santos, já foi liberado e está atualmente em um armazém da companhia, onde será aberto em um evento simbólico na quarta-feira com a presença de representantes do governo dos EUA.

A empresa vem trabalhando na importação de cortes nobres dos EUA desde o ano passado, e enviou para lá uma equipe para desossar a carne ao gosto do brasileiro, disse Bassem.

Questionado sobre qual unidade da JBS seria exportadora líquida de carne bovina, a dos EUA ou a do Brasil, o executivo disse que essa é uma “equação difícil de ser fechada hoje”.

“Neste momento, o que mandamos para lá é uma commodity, produtos para industrialização”, disse ele, referindo-se à matéria-prima para hambúrguer.

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress