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JBS-Friboi e Bertin negam negociação

O grupo JBS negou hoje que estaria em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conseguir um financiamento para comprar o Bertin, segundo maior frigorífico do Brasil. Segundo a assessoria de imprensa do JBS, a informação foi considerada apenas um boato e disse que qualquer informação sobre a empresa é comunicada "imediatamente ao mercado". Em comunicado interno, o Bertin também desmentiu a notícia sobre sua eventual venda. O grupo atribuiu as especulações a seu respeito ao destaque obtido pela empresa nos setores em que atua.

O grupo JBS negou hoje que estaria em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para conseguir um financiamento para comprar o Bertin, segundo maior frigorífico do Brasil. Segundo a assessoria de imprensa do JBS, a informação foi considerada apenas um boato e disse que qualquer informação sobre a empresa é comunicada “imediatamente ao mercado”.

Em declarações recentes, o presidente da JBS Friboi, Joesley Batista, descartou grandes aquisições em 2009, afirmando que o principal objetivo do grupo é apresentar “números consolidados” este ano, com cautela. No entanto, admitiu que há boas oportunidades na América do Sul, mas não detalhou quais seriam os principais alvos.

Para analistas de mercado, uma compra do porte da operação que envolveria a Bertin não faria sentido neste momento. O Friboi passa por um período de redução do grau de alavancagem financeira, facilitada pela alta do dólar em relação ao real, e a estratégia vem sendo bem recebida pelo mercado diante do cenário de crise internacional.

Um analista de mercado que prefere não ser identificado acredita que a compra da Bertin poderia se tornar uma possibilidade para o Friboi apenas caso a compra da National Beef, nos Estados Unidos, não seja concluída. A operação é contestada na Justiça norte-americana. “Nesse caso, a empresa teria uma sobra de caixa e poderia fazer uma aquisição grande sem prejudicar muito o seu grau de alavancagem”, observa o especialista. O acordo de aquisição da National Beef previa o pagamento de US$ 560 milhões pela empresa americana, excluindo dívidas. Pelas estimativas dos executivos do próprio frigorífico, a conclusão do processo pode demorar cerca de seis meses.

O analista Peter Ping Ho, da Planner Corretora, acrescenta que a compra do Bertin pelo Friboi pode encontrar resistências no Cade. “A união dos dois maiores frigoríficos do País resultaria em monopólio do preço, prejudicando tanto os produtores como os consumidores”, diz.

O presidente do Comitê de Estratégia Empresarial do Grupo JBS Friboi, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, disse que a empresa, apesar de ser líder, responde por apenas 15% do mercado brasileiro e que, por isso, não há como caracterizar excesso de concentração neste setor.

Ele defende a consolidação no mercado da carne. Segundo Pratini de Moraes, a má administração de frigoríficos menores já provocou a falta de pagamento aos pecuaristas.

Em comunicado interno, o Bertin também desmentiu a notícia sobre sua eventual venda. O grupo atribuiu as especulações a seu respeito ao destaque obtido pela empresa nos setores em que atua.

Abaixo, a íntegra do documento:

“A Bertin tem conquistado grande destaque nos setores em que atua. Esta posição faz com que a nossa marca seja alvo de especulações e notícias nem sempre fundamentadas, servindo aos mais diversos interesses. Somente esta semana duas destas notícias, envolvendo o nome da companhia, foram divulgadas sem que fôssemos consultados e a fonte da informação mencionada. Nosso compromisso é manter os colaboradores sempre informados de temas relevantes que possam afetar o nosso dia-a-dia.”

As informações são da Agência Estado e do Canal Rural, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Louis Pascal de Geer disse:

    Espero que alguém olhe de verdade como, quanto e para quem o BNDES está emprestando dinheiro público e se os empréstimos trazem benefícios para a sociedade brasileira que é a dona do dinheiro.

    Uma eventual compra do Bertin pelo JBS-Friboi pode ter consequencias que o CADE não deve gostar muito e eu diria para o Bertin: ” Vai a luta”, porque vocês são importantes para nós aqui no Brasil.

  2. Antonio Pereira Lima disse:

    O Sr Pratini de Morais quando ministro da agricultura enterrou o pecuarista brasileiro, imaginem agora como estrategista do grupo JBS, somente 15% Sr Pratini, e a união dos dois grupos quanto vai representar?

    Para terem uma idéia aqui em C Grande isto representa 80% do abate.

    Cuidado com o Sr Pratini ele é ligeiro demais prá nóis.

  3. João Avelino Filho disse:

    A Assessoria de imprensa do Grupo JBS FRIBOI afirma que qualquer informação sobre a empresa é comunicada, imediatamente, ao mercado, mas permite, veladamente, que a especulação crie uma tendência quase irreversível. Aqui no nordeste, há semanas, se alardeia que o Grupo JBS FRIBOI vai comprar, só este ano, cinco frigoríficos de grande porte e concentrar o mercado de carne bovina.

    Ora, quem “planta” a especulação no mercado, sem dúvida, tem interesse que o que é boato vire um fato. Ocorre que toda essa especulação – mesmo que negada, de pronto, pelo Bertin – enfraquece um e fortalece o outro. A quem interessa uma notícia como essa? O tempo, que é implacável, dirá.

  4. Geraldo Oliveira Gobira disse:

    Abra o olho Bertin para não abrir as pernas. porque o Friboi vem comprando tudo que aparece, mostrando tamanha competencia e admiraçâo dos seus administradores pelas grandes aquisições feitas pelo o mundo afora.

    E a classe pecuarista precisa dos dois no mercado para não deixar o cartel proliferar. O JBS e Bertin moralizaram o mercado de carne no Brasil com a pontualidade nos seus pagamentos.