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JBS: risco financeiro aumenta com caso de vaca louca nos EUA

Investidores receiam que o anúncio feito em 24 de abril, de que a doença contaminou um animal na região central do estado americano da Califórnia, possa levar outros países a proibirem as importações de carne bovina americana, o que derrubaria as vendas da JBS. Centenas de países suspenderam as compras de carne dos EUA em 2003 após a descoberta do primeiro caso de vaca louca no país, de acordo com a agência do governo responsável pelo comércio exterior.

O JBS, que obtém cerca de 45% da receita em suas unidades nos Estados Unidos, acumula as maiores perdas no mercado de renda fixa desde novembro. A queda veio após a descoberta do primeiro caso da chamada doença da vaca louca nos EUA em seis anos. O rendimento os títulos em dólares da JBS com vencimento em 2018 deu um salto de 42 pontos-base nos últimos sete dias, a maior alta desde a semana encerrada em 10 de novembro, para 8,8%.

Investidores receiam que o anúncio feito em 24 de abril, de que a doença contaminou um animal na região central do estado americano da Califórnia, possa levar outros países a proibirem as importações de carne bovina americana, o que derrubaria as vendas da JBS. Centenas de países suspenderam as compras de carne dos EUA em 2003 após a descoberta do primeiro caso de vaca louca no país, de acordo com a agência do governo responsável pelo comércio exterior. As exportações de carne bovina americana tiveram uma queda de 79% no ano seguinte.

O JBS disse que a descoberta do foco de encefalopatia bovina espongiforme (BSE, na sigla em inglês) não afetará seu negócio, de acordo com fato relevante de 25 de abril. O Departamento de Agricultura dos EUA disse em 24 de abril que a carcaça contaminada não entrou na cadeia alimentar.

A Indonésia suspendeu algumas importações de carne dos EUA embarcadas após a descoberta de 24 de abril. A proibição envolve farinha de carne e osso, vísceras, carne desossada e gelatina derivada de ossos, segundo o Ministério de Agricultura do país.

A Coreia do Sul deve suspender imediatamente a importação de carne bovina americana, disse a Associação Hanwoo, que representa pecuaristas locais, em comunicado em seu website em 25 de abril. O governo não barrou a liberação dos embarques americanos de carne bovina na alfândega, de acordo com a agência responsável pela quarentena e inspeção de animais, plantas e frutos do mar.

A Coreia do Sul pediu aos EUA mais informações sobre o caso, disse seu Ministério da Agricultura em 25 de abril. O Ministério disse que pode tomar as “medidas necessárias” após analisar mais o caso, sem dar detalhes adicionais. Canadá, México e Japão, que foram os três maiores compradores de carne bovina americana no ano passado, afirmaram que não vão interromper as compras.

“O risco é que o caso de vaca louca não seja isolado, e nessa situação o consumo doméstico americano, assim como as exportações, diminuiriam significativamente, empurrando os preços da carne bovina e do gado para baixo e prejudicando o negócio de carne bovina da JBS nos EUA”, escreveram os analistas do Barclays Ivan Fernandes e Juan Cruz em relatório a clientes em 25 de abril. “Nosso cenário básico é que este seja um caso isolado e, portanto, não deve afetar a JBS.”

A JBS, que tem oito abatedouros de bovinos e 12 unidades de confinamento nos EUA, afirmou ter capacidade de abate no país de aproximadamente 28.600 animais por dia, segundo relatório apresentado em junho de 2010. O negócio nos EUA representa cerca de 45% da receita consolidada, de acordo com o Barclays.

A Marfrig Alimentos SA, segundo maior frigorífico brasileiro, não tem abatedouros nos EUA. O rendimento dos títulos da empresa com vencimento em 2018 caíram 52 pontos-base na última passada para 11,57%. A JBS é a única produtora brasileira de carne bovina com abatedouros nos EUA.

Para Viktoria Krane, analista da Fitch Ratings, o efeito final do animal contaminado será limitado porque o caso foi descoberto antes de entrar na cadeia alimentar e porque os EUA alertaram a população. “Vimos no passado o medo generalizado que essa doença pode causar”, disse Viktoria. “Desta vez foi diferente porque estamos falando de uma vaca leiteira que não entrou na cadeia alimentar e também porque o Departamento de Agricultura dos EUA fez um trabalho melhor ao tornar os controles de saúde mais rígidos e divulgar informações ao público.”

Fonte: Exame.com, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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