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JBS USA confia na recuperação do rebanho americano

Localizado em Kersey, no Colorado, o confinamento de Kuner da JBS Five Rivers tem no momento 74 mil cabeças de gado. É um número inferior aos 85 mil que estavam previstos em seu orçamento, segundo Brett Ulrich, gerente-geral assistente da unidade. Neste momento, mais cabeças significaria ter “perdas garantidas”, diz Ulrich.

O mercado de carne bovina nos EUA enfrenta hoje uma forte redução da oferta, que empurrou para cima os preços do produto. Em julho, o rebanho americano era de 95 milhões de cabeças, o número mais baixo para o começo do mês desde o começo da série, em 1973, segundo números do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).

Mas esse cenário não preocupa o presidente da JBS USA, André Nogueira, que o vê como “claramente transitório”. Segundo Nogueira, o quadro é consequência de uma seca muito forte “que houve há dois ou três anos, especialmente na região em que há uma grande concentração de vacas, no Texas, em Oklahoma e no Novo México”. Sem condições de reter as vacas, os fazendeiros abateram matrizes.

Agora, os produtores agora estão retendo as matrizes. “Todo mundo na cadeia está ganhando dinheiro, há um tremendo incentivo para reter as vacas, para aumentar o rebanho.” Para Nogueira, é possível que também em 2015 se abatam menos animais, mas a capacidade do setor também diminuiu, já que a indústria fechou algumas unidades.

Para o diretor regional de operações de carne bovina da JBS USA, Al Byers, a escassez de oferta tende a continuar ao longo de 2015, e em algum momento em 2016 e 2017 devem voltar a crescer. “Os retornos econômicos para os produtores são fantásticos, o que geralmente é necessário para uma recuperação saudável da oferta”, diz Byers.

Nogueira acredita que 2014 será um ano melhor do que 2013 para o segmento de carne bovina, a maior operação da JBS USA, com uma receita anual na casa de US$ 13,5 bilhões. De acordo ele, “o preço do gado está alto e vai continuar alto”, porque há menos gado para abater, embora ainda seja atrativo para o consumidor final, porque nos EUA a carne não é cara.

Outro motivo de otimismo, segundo ele, é a perspectiva de crescimento mais forte da economia americana. “Os EUA estão em clara recuperação, embora não seja uma expansão desenfreada”, diz Nogueira. Um cenário de expansão mais forte dos EUA é obviamente positivo para os produtos da JBS USA.

Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida pela Equipe BeefPoint.

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