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Leitor comenta: embargo só com adequação ambiental

É engraçado, na época em que o Estado não tinha condições para manter a soberania da Amazônia Legal, incentivou milhares de homens em busca de trabalho a deixarem suas famílias e seguir para a selva bruta, povoando, desbravando e gerando riquezas a nação e ainda por cima fazendo o papel do Estado. Por Carlos Renato Ceo Andrade, de Bacabal, Maranhão.

O leitor do BeefPoint Carlos Renato Ceo Andrade, de Bacabal, Maranhão, enviou um comentário ao artigo “PA: embargo só será retirado após adequação ambiental“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“É engraçado, na época em que o Estado não tinha condições para manter a soberania da Amazônia Legal, incentivou milhares de homens em busca de trabalho a deixarem suas famílias e seguir para a selva bruta, povoando, desbravando e gerando riquezas a nação e ainda por cima fazendo o papel do Estado.

Criando assim condições para que depois de algum tempo o Estado viesse e recebesse uma região rica e repleta de riquezas que foram logo taxadas gerando impostos ao governo, com o lema da época “integrar para não entregar” assim quem chegava e adquiria um pedaço de terra era obrigado a derrubar pelo menos 50 % da área para depois pleitear o título de posse da área.

Não havia planejamento para se aproveitar a madeira em serrarias ou transformando em carvão, a ordem era derrubar para se povoar rapidamente a região, independente de não se conseguir recursos para isso junto ao governo, ou seja, esses homens gastaram os poucos recursos que tinham para desenvolver a região e hoje são tratados como criminosos.

São proibidos de vender o fruto de anos (gado) trabalho e caso alguma empresa que gere empregos e divisas ao estado venha a comprar esses produtos também são prejudicadas.

Tudo bem, se hoje o que vale é a mata, que se preserve as existentes, caso seja preciso mais que se compre áreas e incentive pessoas e empresas a reflorestar, lógico que pagando o valor justo por isso, mas não tomando a vida de alguém, por quem chegou no Pará e outras regiões da amazônia Legal nas décadas de 70 e 80 dedicaram suas vidas a desenvolver essas regiões, e não podem hoje por uma mudança de ideologia simplesmente serem ignoradas junto com seu passado de trabalho e resistência numa região que não era nada hospitaleira naquela época, chuvas intensas, doenças tropicais (malária), falta de estradas e qualquer tipo de infraestrutura , além da dificuldade de se poder comprar itens básicos.

Portanto é preciso definir metas a serem cumpridas de preservação e manutenção do meio ambiente, mas também das pessoas que vivem nesta região desde os anos 70. Se foi errado o que o governo fez naquela época que os governantes atuais corrijam, mas sem criar mais um erro, que se valorize o trabalho e a coragem desses homens. E se for o caso de desapropriação, que seja pago o valor justo pelo sua propriedade.”

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0 Comments

  1. cristiano fleury carvalho santos disse:

    Caro Carlos,
    Parabéns pelo comentário objetivo e lógico.
    Como pode o governo incentivar e depois punir a quem o seguiu na ocupação da Amazônia Legal.
    Só os governantes não conseguem enxergar esta incoerência ( incentiva x pune ).
    Mas estamos esquecendo que estamos no Brazil.

    Brazil com Z : Seguimos as orientações e interesses dos países ricos ( nunca desmataram uma única árvore ).

  2. Rogério Dias disse:

    Concordo com a opinião …

  3. Leonardo Siqueira Hudson disse:

    Gostaria de parabenizar o leitor Carlos Renato Ceo Andrade e mais uma vez contribuir com o texto abaixo:

    Espero que os governantes tenham bom senso, agilidade e discernimento para legalizar as áreas que hoje são incorporadas ao sistema de produção nacional, fruto do incentivo dos governos passados e da bravura dos homens que garantiram a soberania nacional da Amazônia.
    Seria um retrocesso fazer áreas já estabelecidas em 50% para produção e 50% de reserva em regiões com infra-estrutura socioeconômicas já estabelecidas voltar para 20% de área produtiva e 80% de reserva. Temos Amazônia de sobra para ser preservada.
    Temos municípios como o exemplo de Paragominas no Pará onde existe reflorestamento, sistemas de integração lavoura + pecuária + floresta, produção de gado de corte, produção de soja e milho em escala tecnificada e profissional.
    Hoje temos potencial para produzir sem desmatar, simplesmente com incentivo à recuperação de áreas degradadas.
    Temos potencial de produzir com sustentabilidade utilizando as tecnologias amplamente divulgadas por órgãos de pesquisa (Embrapa) e por iniciativa de técnicos e produtores inovadores. A Embrapa está empenhada em divulgar a integração lavoura pecuária e florestas (excelente iniciativa). Já temos grandes áreas implantadas com esta tecnologia em várias regiões do país.
    O governo deve ter agilidade em viabilizar e facilitar o acesso para legalização fundiária que permita ao produtor acesso ao crédito e metodologias para remunerar o produtor para que ele possa preservar. Ninguém vive de um negócio que não seja interessante financeiramente.
    Que o mundo pague para que possamos preservar o que eles já desmataram em seus territórios.
    O que precisamos é de menos conversa ideológica em mais ação inteligente dos homens que governam este Brasil que certamente é o celeiro do mundo.

    Veja tambem neste site em Radares técnicos- sistemas de produção- Sistema Agrossilvipastoril – Uma opção de rentabilidade e sustentabilidade.