Mercados Futuros – 03/03/08
3 de março de 2008
Leitor comenta responsabilidades e ajustes para melhoria do Sisbov
5 de março de 2008

Leitor comenta número de fazendas aprovadas pela UE

Pedro Eduardo de Felício, professor da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp, nos envio uma carta, onde faz comentários sobre a abertura das exportações, anunciada pela UE na semana passada. Em sua carta o professor comenta que com essa restrição dificilmente os frigoríficos conseguiram fechar negócios e embarcar carne para a Europa no curto prazo. Mas ressalta que esse é um começo e a aprovação da lista marca uma retomada nas negociações.

Pedro Eduardo de Felício, professor da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp, enviou uma carta para o artigo da seção Panorama do mercado, onde faz comentários sobre a abertura das exportações, anunciada pela UE na semana passada.

Em sua carta o professor comenta que com essa restrição dificilmente os frigoríficos conseguiram fechar negócios e embarcar carne para a Europa no curto prazo. Mas ressalta que esse é um começo e a aprovação da lista marca uma retomada nas negociações.

“Dizer que a União Européia volta a comprar carne brasileira pode passar uma idéia equivocada, porque na verdade com essas 106 fazendas, a maior parte delas em Minas Gerais (87propriedades) que, se não me falha a memória tem três ou quatro matadouros-frigoríficos habilitados para a UE, podem até estar habilitadas, mas retomar exportações é uma outra coisa.

É preciso que haja volume para carregar os containeres e não se deve esquecer que de cada boi de 500 kg o rendimento em cortes para a Europa será de 33 (3 cortes: filé, contrafilé e alcatra) a 78 kg (7 cortes: esses 3 mais 4 do coxão).

Quantos bois terão que ser abatidos para uma venda de carne para a UE? Uma porção, não é? E aí acabam os bois de Minas, das 11 fazendas do RS, das 4 do MT e 2 de Goiás, ah! sim, como pude esquecer que tem 2 fazendas aprovadas no Espírito Santo, não é mesmo?Desculpem-me a ironia, mas ela não é minha, é da missão técnica européia.

Portanto, o máximo que se pode dizer é que a aprovação das fazendas representa uma retomada das negociações.

Terem aprovado essas fazendas é melhor do que nada, mas continua sendo uma ofensa o que fizeram e continuam fazendo ao Brasil. Chego a pensar que o Itamaraty está certo querendo cobrar explicações com muita firmeza, pelas vias diplomáticas internacionais, ou vamos todos usar bolinhas vermelhas no nariz.

Penso que o sr. ministro ainda não compreendeu o que de fato está acontecendo”.

0 Comments

  1. Roberto Ferreira da Silva disse:

    Prezado professor, é louvável suas palavras.

    Ressaltamos que é uma retomada no caminho das exportações para o mercado que mais paga bem pelo nosso produto.

    Devemos manter em mente que é um mercado que forma opinião para o mundo !

    Querendo ou não, precisamos e muito dele.

    Esse mercado, consegue impor multas milionárias para a maior empresa de software da atualidade.

    É um cliente que merece respeito e atenção diferenciada.

    Isso é a globalização.

  2. Pedro Dalpasquale Netto disse:

    Europa, paga seis vezes mais pelo preço da tonelada da carne, precisamos de mercado! Quem realmente precisa desse mercado?

    A diferença de valor da tonelada exportada pro Chile e exportada para Europa, não chega aos bolsos do pecuaristas, mas sim nas mãos das industrias frigorificas, que são as que mais crescem hoje no país e a cada dia que passa incorporam mais e mais plantas aos seus patrimonios. Repassem esses valores para os produtores de carne e ai o governo ganha apoio e eficacia na certificação de propriedades rurais.

    O pecuarista precisa se preocupar com o custo de produção, onde uma bola de arame passa de R$ 350,00 e um saco de sal mineral (80 g) chega a R$ 50,00, as favas com a Europa, que é para poucos interessados que realmente tem retorno.

plugins premium WordPress