Integração ainda não é para todos, pelo menos em Mato Grosso

Por Luciano Vacari

Globalizar, integrar, compartilhar. Palavras que nos últimos anos vêm sendo difundidas no cotidiano mundial devido às facilidades que a tecnologia tem proporcionado aos cidadãos. Com a Internet foi possível tornar simultâneas as relações de comunicação e comerciais, acelerando o processo que há alguns séculos vem ocorrendo no mundo.

Não é de hoje que a população europeia, por exemplo, pode saborear uma carne que é produzida no Brasil, nem mesmo o comprador de lá conhecer toda a trajetória do animal que irá à mesa. Mas às vezes, o que pode parecer simples se torna um impasse no dia a dia. A emissão instantânea de uma Guia de Transporte Animal (GTA) Eletrônica, por exemplo, não é uma realidade para os pecuaristas mato-grossenses.

Esta tecnologia, que não é novidade em muitos estados brasileiros, não funciona aqui. Lançada recentemente pelo governo estadual, a GTA Eletrônica não possui um sistema capaz de atender a necessidade do produtor. Mesmo no campo, as facilidades proporcionadas pela Internet e programas de informática já são uma realidade para tornar a produção mais eficiente, dinâmica e rentável.

Não é de hoje que a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) reivindica a instalação de sistema de informação para o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) atender os pecuaristas em todo o Estado. A GTA é um documento indispensável para comercialização de animais e não pode ser emitida fora dos prazos estabelecidos. Porém, com a dificuldade de acesso, muitos produtores atrasam suas vendas devido à qualidade dos serviços oferecidos.

Para integrar todo o Estado, a Acrimat propôs parceria com o governo e até conseguiu a permissão para utilizar o mesmo sistema de Goiás, onde a ferramenta funciona com êxito. Mas nada foi aprovado aqui. Agora, depois de lançar o próprio sistema, o governo é obrigado a reconhecer que o mesmo é falho que será preciso reformular até que entre em operação da forma esperada.

Enquanto isso, os pecuaristas se veem rendidos a velhos hábitos, como ir até a sede do Indea e esperar por horas até para obter a documentação exigida.

*Luciano Vacari é gestor de Agropecuária e Superintendente da Acrimat