Com o intuito de acalmar os investidores sobre as conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o possível resgate das debêntures obrigatoriamente conversíveis em ações detidas pelo banco estatal, o fundador da Marfrig, Marcos Molina, assegurou ontem que a empresa manterá a sua disciplina financeira.
A Marfrig está negociando com o BNDES o resgate das debêntures. Se foram convertidos os R$ 2,1 bilhões de debêntures, o braço da participações do banco (BNDESPar) se tornará o principal acionista da companhia. A conversão dos papéis em ações está prevista para 25 de janeiro de 2017.
Em resposta a pedido de esclarecimento feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Marfrig também informou ontem que os valores citados na reportagem publicada no Valor Econômico “não condizem com a realidade do mercado e inviabilizariam qualquer operação” – a Marfrig teria acenado com R$ 1,2 bilhão para resgatar esses títulos.
Lembrando que o BNDES é acionista da empresa – o braço de participações do banco tem 19,6% das ações -, o CEO da Marfrig, Martín Secco, também disse ontem que as “conversações” com o BNDES sobre a conversão das debêntures e outros temas são “permanentes”. Ainda assim, não há algo que justifique a divulgação de um fato relevante.
Em 2010, a BNDESPar subscreveu R$ 2,5 bilhões em debêntures obrigatoriamente conversíveis com vencimento em 2015 da Marfrig. Com os recursos, a empresa adquiriu a Keystone. Mas, diante das dificuldades financeiras da Marfrig, o BNDES aceitou renegociar os papéis três anos depois.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.