A Marfrig, líder global em produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, acaba de apresentar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seus resultados fiscais relativos ao quarto trimestre e ao ano de 2023. Os números consolidam as informações contábeis e financeiras das Operações América do Sul e América do Norte da companhia, assim como o resultado da BRF, uma das maiores produtoras globais de alimentos, controlada pela Marfrig.
No quarto trimestre de 2023, a Marfrig registrou um Ebitda Ajustado de 2,9 bilhões de reais – aumento de 32,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda foi de 8%, dois pontos percentuais acima da registrada um ano antes. O lucro líquido da companhia atingiu 12 milhões de reais. Nos três últimos meses do ano passado, a receita líquida consolidada da Marfrig alcançou 36,6 bilhões de reais.
O resultado positivo se deve ao desempenho resiliente das operações de bovinos em todos os mercados, além da geração de valor decorrente da participação da Marfrig na BRF, que tem avançado no processo interno de melhorias – na eficiência operacional e financeira – após implementação do programa BRF+.
O investimento da Marfrig na BRF foi iniciado em 2021. No final do ano passado, a Marfrig controlava a companhia, com 50,06% de participação. O atual percentual é um marco da Marfrig em capturar oportunidades e gerar valor por meio de negócios que garantem a diversificação geográfica e do portfólio de proteínas. “Somos uma companhia de proteínas global e completa”, diz Marcos Molina dos Santos, controlador e presidente dos conselhos de administração da Marfrig e da BRF. “Nossa estrutura foi concebida para que possamos aproveitar todas as oportunidades do mercado mundial, além de reduzir eventuais impactos de ciclos naturais do setor.”
A proteína bovina – foco das operações da Marfrig na América do Sul e da National Beef, na América do Norte – respondeu por 61% da receita líquida total da Marfrig no trimestre. Produtos derivados de proteínas de aves e suínos – mercados nos quais a BRF está entre as líderes globais – representaram 39% da receita.
A Marfrig investiu 882 milhões de reais no quarto trimestre de 2023. Do total, 338 milhões foram destinados a operações de bovinos, especificamente à expansão (em curso) das unidades de Várzea Grande (Brasil), Tacuarembó (Uruguai) e San Jorge (Argentina), além de melhorias operacionais em Liberal (Estados Unidos).
No consolidado de 2023, a Marfrig registrou novo recorde em receita líquida: 136,5 bilhões de reais, aumento de 4,5% ante a receita de 2022. A performance foi impulsionada pela receita recorde anual na América do Norte, que chegou a 11,9 bilhões de dólares, além dos 53 bilhões de reais em vendas da BRF.
“Em 2023, avançamos nas duas principais avenidas de crescimento da Marfrig. A primeira delas é a otimização do portfólio na Operação América do Sul, cada vez mais focado em produtos de valor agregado e com marcas. A segunda é o controle majoritário da BRF, que passou a contribuir de maneira positiva para nossos resultados”, diz Molina. “Ao mesmo tempo, seguimos investindo para aumentar a capacidade das nossas unidades, promovendo um parque fabril mais eficiente e rentável. Tudo isso sem perder a eficiência operacional e a disciplina financeira, com o compromisso da sustentabilidade e da geração de valor para todos os stakeholders, cadeia pecuária, comunidades, investidores, clientes e colaboradores da Marfrig.”
Disciplina financeira
No quarto trimestre de 2023, a Marfrig mais uma vez encerrou com fluxo de caixa operacional positivo, na ordem de 2,9 bilhões de reais. O fluxo de caixa livre no período foi de 441 milhões de reais.
Outro grande destaque nos resultados financeiros da companhia no quarto trimestre de 2023 foi a alavancagem financeira consolidada, que reflete o compromisso da empresa em diminuir o seu endividamento. O índice, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado dos últimos doze meses, foi de 3,71 vezes em reais. Levando em conta o montante de 6 bilhões de reais que a Marfrig tem a receber, após venda de ativos da América do Sul, a alavancagem consolidada cai para 3,07 vezes.
Operação América do Sul
Impulsionada pela exportação e por melhores preços no mercado interno, a Operação América do Sul da Marfrig (unidades no Brasil, no Uruguai, na Argentina e no Chile) teve lucro bruto de 1,3 bilhão de reais no quarto trimestre de 2023, sobre 928 milhões registrados há um ano. A margem bruta chegou a 18,5%, frente a 14%, na comparação anual. O Ebitda ajustado da operação foi de 732 milhões de reais e a margem Ebitda ficou em 10,3%, contra 8% no quarto trimestre de 2022 (crescimento de 2,3 pontos percentuais na comparação anual).
A receita líquida da operação foi de 7,1 bilhões de reais, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior, explicado pelo maior volume de vendas nas exportações e pelo incremento (de 18,3%) no preço médio de vendas no mercado doméstico. No total, foram 400 mil toneladas comercializadas no quarto trimestre de 2023, ante 377 mil toneladas no mesmo trimestre de 2022. Aproximadamente 55% das exportações foram destinadas à China e a Hong Kong.
“Mesmo em um período desafiador para o setor de proteína, fomos capazes de aumentar as nossas margens ao investir em produtos de valor agregado – industrializados e com marca – e em mercados mais rentáveis”, afirma Rui Mendonça, CEO da Operação América do Sul da Marfrig.
Operação América do Norte
No quarto trimestre de 2023, a Operação América do Norte da Marfrig, representada pela National Beef, obteve receita líquida de 3,1 bilhões de dólares, em linha com igual período de 2022. O Ebitda ajustado foi de 79 milhões de dólares, e a margem Ebitda ajustada, de 2,6% – mais uma vez, superior à média dos pares de mercado.
O total de vendas da operação foi de 496 mil toneladas, volume 11,3% menor em comparação com o quarto trimestre do ano anterior, explicado principalmente pelo efeito-calendário. No período, 88% do volume foi vendido no mercado doméstico, em linha com o que ocorreu no mesmo período de 2022.
“A operação mais uma vez demonstrou resiliência frente ao cenário desafiador do ciclo do gado nos Estados Unidos. Apesar do momento adverso do mercado, tivemos receita recorde no consolidado e margens resilientes frente a outros players”, diz Tim Klein, CEO da Operação América do Norte da Marfrig.
ESG
No quarto trimestre de 2023, a Marfrig apresentou avanços significativos na área de sustentabilidade. No ranking Coller FAIRR Protein Producer Index 2023/24, a companhia conquistou a liderança entre as empresas de carne bovina. Na classificação geral, obteve o quarto lugar – melhor classificação entre todas as companhias do setor. A Marfrig também obteve a classificação “Best Practice” (melhor prática) nos pilares Governança da Sustentabilidade e Segurança Alimentar e foi a única de proteína bovina classificada como de baixo risco em sustentabilidade.
Durante a COP28, em Dubai, a Marfrig anunciou o investimento de 100 milhões de reais para acelerar seu programa Verde+ e a antecipação (de 2030 para 2025) de sua meta de rastrear 100% dos fornecedores de gado (diretos e indiretos) em todos os biomas brasileiros.
Por fim, na edição 2023 da lista do CDP (Disclosure Insight Action), anunciada em fevereiro de 2024, a Marfrig alcançou, pela primeira vez, a pontuação máxima (nota A) na categoria “Mudanças Climáticas”. CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos que incentiva empresas e governos a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, preservar os recursos hídricos e proteger as florestas. A Marfrig obteve o melhor desempenho em relação às suas principais concorrentes. Nas outras duas categorias da lista do CDP (“Segurança Hídrica” e “Florestas”), a Marfrig obteve, em 2023, a segunda melhor nota (A-), que também foi o melhor resultado entre as empresas do setor.
Fonte: Marfrig.