O Frigorífico Margen, acusado de sonegar R$ 150 milhões do fisco federal e de remeter pelo menos US$ 130 milhões para o exterior de forma ilegal, e que teve suas operações desmanteladas pela Polícia Federal, iniciou ontem a demissão de cerca de 2.500 funcionários do grupo em Mato Grosso do Sul. Ontem os primeiros a receber aviso prévio foram trabalhadores da unidade de Batayporã.
O grupo, que já está com operações suspensas há 20 dias, tem 600 funcionários na unidade de Três Lagoas, 600 em Paranaíba, 360 em Batayporã, 280 em Naviraí e 230 em Amambai, além de Coxim e Rio Verde.
Diante das denúncias de que o Margen teria deixado de cumprir com suas obrigações tributárias, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Mato Grosso do Sul (FTIAA) está alertando as autoridades do trabalho para que não haja problemas em garantir o direito dos ex-funcionários.
Ontem a entidade encaminhou ofício ao procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho de MS solicitando o apoio do órgão no sentido de tomar todas as medidas cabíveis judicialmente para que o direito dos trabalhadores seja garantido.
Segundo o presidente da federação, Rinaldo Souza Salomão, a empresa pagou os salários no último dia 5 e prometeu que vai pagar o 13o no dia 20. “Nossa preocupação é que a maioria dos funcionários foi contratada por meio de uma prestadora de serviços, a SS Prestadora de Serviços Ltda., e não são diretamente registrados na empresa, como funcionários do Margen. Por isso estamos querendo garantir os direitos desses trabalhadores”, frisou.
Ontem, na unidade de Batayporã, que contava com 360 funcionários e fazia o abate de 700 cabeças de gado/dia, a diretoria da empresa garantiu aos funcionários que somente o setor de recursos humanos deverá funcionar com um número reduzido de pessoas. De acordo com os diretores, o 13o salário, o vale e a cesta básica serão liberados na próxima segunda-feira.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Bataiporã, Antonio Sérgio dos Santos, disse que a categoria não esperava as demissões e vai acompanhar todo o caso para que não haja prejuízo para os trabalhadores.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Rosana Siqueira), adaptado por Equipe BeefPoint