Após quase sete meses da prisão dos sócios e diretores do frigorífico Margen, as atividades do grupo foram totalmente retomadas. Os sócios e diretores foram soltos no final de dezembro do ano passado, menos de um mês depois da prisão. Após as acusações de sonegação, o grupo praticamente paralisou suas atividades de suas 21 plantas e devolveu quatro plantas arrendadas. Com a volta das operações, a empresa já arrendou outras três plantas.
A volta as atividades está sendo marcada pelo aumento da capacidade de abate para nove mil cabeças/dia, mil cabeças/dia a mais.
De acordo com Lúcia Rover Duarte, gerente de exportação do Margen,em entrevista ao jornal Valor Econômico, as plantas recém-alugadas estão localizadas em Jataí (GO), Ariquemes (RO) e Canarana (MT). As unidades devolvidas foram as arrendadas do Amambai, em Amambai e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e em Maringá (PR). O Margen também deixou de operar em Aporé (GO).
Apesar dos sócios do Margen terem sido presos, as denúncias formais ainda não haviam sido feitas pelo Ministério Público Federal do Mato Grosso do Sul. Isso deve ocorrer no início de agosto. As investigações estão completas e só falta encaminhar a Justiça Federal para continuar o processo, segundo apurou o Valor.
Os sócios do grupo foram acusados de falsidade ideológica, sonegação fiscal, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, em dezembro do ano passado, após oito meses de investigação da PF. Se forem condenados, os sócios deverão ser presos.
Segundo a PF, os bens do Margen foram serão postos como garantia da dívida da empresa com a Receita Federal e com a Previdência. As dívidas estão em aproximadamente R$ 150 milhões.
A PF preocupa-se em não paralisar a atividade da empresa porque isso poderia levar a demissões e a impactos negativos na economia. O frigorífico tem cerca de 11 mil funcionários, e a suspensão de suas atividades certamente afetaria ainda os produtores de gado bovino. “Há a preocupação social, mas não dá para esquecer que crimes foram cometidos”, resume Mirânjela.
O Margen foi investigado pela PF na Operação Perseu, no ano passado, em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Paraná.
Fonte: Valor Econômico, adaptado por Equipe BeefPoint