Marfrig: controladores compram ações e ficam com 45,01% da companhia
20 de outubro de 2011
EUA: exportações de carne bovina crescem 26% em volume e 39% em valor
20 de outubro de 2011

Meat Standards Australia: Marcelo Ribeiro comenta sobre o programa direto do país

"Se colocar na balança, meu ponto de vista, o programa é espetacular, mas pode ser melhorado; e para ficar bem claro: não foi o frigorifico que criou o programa; ele vem do produtor."

O leitor do BeefPoint Marcelo Ribeiro (Frigoríficos), da Austália, enviou um comentário ao artigo “Meat Standards Australia: sistema de predição de qualidade da carne“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Bom dia Miguel,

Antes de mais nada, não quero julgar ou deixar a impressão que o sistema MSA não funciona ou não seja bom; apenas dar uma visão geral.

Resumidamente, existe um preço máximo por quilo de carcaça baseado no mercado de venda da carne (Japão/UE/Doméstico) e dai tem as variações do valor que são baseadas nas classificações de cor da carne e gordura, marmoreio, dentição-idade, peso da carcaça (variações de 20/20kg), mordida de cachorro (aqui eles usam muito para manejar o gado); e até tamanho do cupim, alem de outros.

Em um rebanho, por mais padrão que seja, não se consegue uniformidade total de todos estes itens e daí classifica os que não entram no padrão ideal e penaliza os fora do padrão pagando menos.

Para a indústria, quando se classifica a carne começa o problema porque da mesma carcaça algumas peças não se encaixam no padrão MSA, mas a carne foi paga no preço “MSA” e será vendida no preço de Mercado normal, alem do custo do “classificador” MSA; o comprador de carne, principalmente restaurante, sempre compra a carne no mesmo padrão, e daí pode manter o padrão de pratos e etc; o consumidor final come a mesma carne sempre.

Não sei se é correta a informação, mas diz-se que menos de 3 a 5% do mercado é carne MSA. O MSA funciona muito bem protegendo o produtor, pois padroniza a limpeza da carcaça no abate; e já para a indústria e comprador de carne, a padronização de limpeza dos cortes também ajuda muito para a comercialização dos produtos adquiridos.

Se colocar na balança, meu ponto de vista, o programa é espetacular, mas pode ser melhorado; e para ficar bem claro: não foi o frigorifico que criou o programa; ele vem do produtor.

Relendo meu comentário, acho que deveria ser complementado com essas informações, pois a matéria esta perfeita e o programa tem muito mais a contribuir que prejudicar.

Grande abraço, Marcelo Ribeiro.”

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

O MSA:

O MSA é um programa de qualidade de carne que classifica a carne fornecida pelos frigoríficos às indústrias de alimentos (redes de alimentação, restaurantes, varejo) conforme suas atribuições para consumo. Essa classificação tem o objetivo de melhorar e aumentar o consumo de carne vermelha, informando o melhor método de preparo para cada corte, dependendo das características da carcaça do animal.

O programa começou porque o consumo interno de carne vermelha na Austrália estava em declínio, a qualidade e padronização da carne produzida não eram garantidas, os preços da carne estavam caindo e toda cadeia de produção estava sendo prejudicada.

Os trabalhos começaram em 1993 pela análise sensorial para ser identificado o que estava influenciando a queda de consumo de carne vermelha. Foram avaliados maciez, suculência, sabor e satisfação geral. Pela análise sensorial, 46% dos consumidores ficaram insatisfeitos.

Pensando em como fornecer uma carne melhor para aumentar o nível de satisfação, o MSA listou quais seriam os fatores de produção que influenciam no produto final para assim poder interferir e melhorar essas etapas para produzir uma carne de melhor qualidade. Esses fatores foram classificados e separados em pré e pós abate.

Leia o artigo na íntegra aqui.

Os comentários estão encerrados.