Por Derrell S. Peel, especialista em extensão pecuária da Oklahoma State University
A produção de carne bovina dos Estados Unidos em 2015 deverá cair em cerca de 2,5% com relação ao ano anterior e deverá ser a menor produção anual desde 1993. Entretanto, a expansão do rebanho, que começou em 2014, esta continuando em 2015 e significa que a produção de carne bovina começará a aumentar, talvez três a quatro por cento com relação ao ano anterior, em 2016. Um leve aumento na safra de bezerros em 2014 tem sido compensado principalmente pela maior retenção de novilhas e menos bovinos para engorda importados do México e do Canadá em 2015. A estimativa de 1 de julho de animais para engorda era de 1,8% a mais que no ano anterior. As boas condições da forragem podem estar mantendo alguns animais para engorda nos pastos por mais tempo nesse ano. As ofertas de animais para engorda estão crescendo, mas de forma mais lenta atualmente.
A oferta de bovinos em confinamentos ainda não começou a aumentar. As colocações de animais em confinamento em outubro reportadas no último relatório Cattle on Feed do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) caíram em 3,7% com relação ao ano anterior. Esse é o quarto mês consecutivo de queda com relação ao ano anterior nas colocações em confinamento e, de fato, as colocações mensais foram menores do que os níveis dos anos anteriores em 11 dos 13 últimos meses. Nos últimos seis meses, as colocações totais em confinamento foram de 452 mil cabeças a menos do que no mesmo período de 2014. Embora as colocações em confinamento devam começar a aumentar nos próximos meses, está claro que os números de animais confinados continuarão apertados durante a primeira metade de 2016.
O aumento esperado na produção de carne bovina teve um impulso no final de 2015. As comercializações atrasadas nos confinamentos nesse verão levaram a pesos excessivamente altos das carcaças e à remoção de animais pesados do mercado em setembro e outubro. Muito da situação envolveu abates de novilhos, que caíram em 3,4% para o ano até o meio de setembro, mas aumentaram em 7,8% com relação ao ano anterior nas últimas oito semanas. Os abates totais de bovinos, que foram 5,7% menores até agora nesse ano, caíram menos que 1% nas últimas oito semanas. A boa notícia é que esse aumento nos abates de novilhos parece ter corrigido grande parte da falta de animais pesados. Os pesos das carcaças de novilhos, que alcançaram o pico de 421,84 quilos no meio de outubro, caíram desde então; no entanto, os últimos dados mostraram um aumento de 0,45 quilos, para 417,76 quilos com relação à semana anterior.
Os pesos das carcaças de novilhas também caíram nas três últimas semanas de dados com relação ao nível recorde de 385,10 quilos, para 383,28 quilos. Os abates de novilhas continuam bem abaixo dos níveis do ano anterior e, de fato, caíram ainda mais desde setembro, trazendo os dados de abates de novilhas até agora nesse ano para uma queda de 13,6% com relação a 2014.
A má notícia é que a limpeza da lista de pendências de animais pesados deixou muita carne no mercado, o que será um fator que afetará o restante do ano. Até agora nesse ano, até o meio de setembro, a produção de carne bovina caiu em 3,8%. Nas últimas nove semanas, a produção de carne bovina aumentou em 2,1% com relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de o movimento de carne bovina nos mercados de atacado e varejo parecerem estar muito bons, leva tempo e preços menores para tirar o excesso de carne do mercado.
Há razões para ser otimista sobre os mercados do boi gordo no começo de 2016. As colocações em confinamento indicam que os números totais não serão um problema na primeira metade do ano. Entretanto, os confinamentos ainda estão lutando com margens ruins e ainda terão um incentivo para impulsionar os pesos. Espera-se que as lições aprendidas no outono passado sobre as consequências de pressionar muito os pesos ainda estejam na cabeça dos produtores. O clima do inverno pode ajudar a impor alguma disciplina aos pesos dos gados também. Além disso, os recentes ajustes para baixo nos preços dos animais para engorda devem encorajar os confinamentos a mover mais animais pesados e substitui-los de forma mais oportuna.
O mercado de carne bovina dos Estados Unidos deverá passar por uma transição para uma maior produção de carne bovina por trimestre de 2016 com relação ao ano anterior. Embora isso implique em uma crescente pressão de oferta e erosão dos preços com o tempo, um retorno para uma taxa de transferência mais moderada de gados em confinamentos, junto com pesos moderados de carcaças, sugerem uma pressão modesta nos preços e mais estabilidade nos mercados de boi gordo é possível, embora certamente não garantida, em 2016.
Por Derrell S. Peel, especialista em extensão pecuária da Oklahoma State University, para a Drovers, traduzida pela Equipe BeefPoint.