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Mercado do boi gordo

Em outubro, o mercado do boi gordo operou em ambiente extremamente firme. A reduzida oferta de animais terminados, resultando em escalas de abate de no máximo 3 dias, pressionou os compradores. Como resultado, foram registradas seguidas valorizações, porém o ritmo dos negócios permaneceu lento.

Animal de pasto praticamente não tem e o volume de gado terminado em confinamento disponível no mercado já é muito pequeno. Além do mais, as incertezas políticas e econômicas fazem com que, quem tem, retenha, pois vê no animal uma “moeda” mais segura. A ausência de chuva facilita a ação.

Além das altas, os frigoríficos passaram a não trabalhar a toda capacidade, sendo registrada diminuição do volume de abates diários e “falhas”.

Diante da dificuldade de adquirir a matéria-prima, compradores maiores passaram a intensificar as buscas em Estados vizinhos, acirrando a concorrência e aumentando a pressão sobre os preços em outras praças.

Do início de outubro até o dia 21, a valorização média da arroba do boi gordo nas 24 praças levantadas pela Scot Consultoria foi de 6,0%. Somente em São Paulo, a alta chegou a 7,3%.

Com o atraso das chuvas, a expectativa é de que os animais terminados em pastejo só cheguem ao mercado no início do próximo ano. Assim, o mercado tende a seguir firme e em alta, principalmente se o dólar permanecer super valorizado.

Atacado

O consumo de carne bovina seguiu retraído durante todo mês, porém a reduzida oferta de carne no mercado – em razão da redução dos abates – e o bom desempenho das exportações, permitiram que o atacado operasse em alta.

Em vinte dias, o equivalente físico (48% traseiro + 39% dianteiro + 13% ponta de agulha) reagiu 9,6%, ou seja, 60,0% a mais do que a valorização média da arroba do boi gordo nas principais praças pecuárias e 31,5% a mais do que a valorização da arroba do boi gordo paulista.

Reposição

O movimento de compra e venda de animais magros, em razão principalmente de problemas climáticos, foi fraco em outubro, mantendo os preços praticamente estáveis. Foram registradas somente oscilações comuns ao mercado, para cima ou para baixo, nada porém que indique uma tendência.

O fenômeno El Nino levou à ausência de chuva na maioria das praças e excesso de chuva na região Sul. Em ambos os casos, o desenvolvimento das pastagens ficou comprometido, não permitindo a chegada de novos animais.

A previsão aponta para a chegada de uma frente fria que se desloca da região Sul em direção ao centro do país, o que pode elevar a precipitação. A tendência é que o mercado de reposição se aqueça rapidamente, assim que as pastagens voltarem a oferecer suporte aos animais.

A atual conjuntura política e econômica vem elevando a procura por ativos reais. Os animais magros se encaixam nessa definição, além de se caracterizarem pela elevada liquidez.

Até a segunda quinzena de outubro, o boi magro paulista (340kg) era cotado a R$580,00/cabeça, o garrote (240kg) a R$456,00/cabeça, o bezerro (180kg) a R$396,00/cabeça e a desmama (160kg) a R$360,00/cabeça.

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