Sem esperanças de concluir a negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC) com impacto positivo no curto prazo, Mercosul e União Europeia (UE) tentam relançar o processo de um acordo regional, cinco anos depois de um impasse que praticamente colocou a negociação na geladeira. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, no próximo dia 4, em Lisboa, negociadores dos dois blocos vão se reunir para reiniciar o processo e ver se há espaço para estabelecer um novo cronograma de negociações.
Sem esperanças de concluir a negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC) com impacto positivo no curto prazo, Mercosul e União Europeia (UE) tentam relançar o processo de um acordo regional, cinco anos depois de um impasse que praticamente colocou a negociação na geladeira. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, no próximo dia 4, em Lisboa, negociadores dos dois blocos vão se reunir para reiniciar o processo e ver se há espaço para estabelecer um novo cronograma de negociações.
A reunião ocorre depois que Brasil e UE chegaram a um entendimento em Estocolmo, há duas semanas, sobre a importância em retomar o processo. Mas muitos ainda são céticos em relação a um acordo de liberalização. A ideia do encontro é que cada delegação aponte o que está disposta a fazer para que o processo seja relançado. Se houver espaço, o processo então será oficialmente relançado com um encontro ministerial. Na defensiva, a Argentina já fala em um “acordo em etapas” que seria calibrado periodicamente.
O projeto ambicioso de um mercado sem tarifas entre Europa e o Mercosul foi lançado no fim dos anos 90. Mas, desde então, os fracassos nas negociações se acumularam. Os europeus se queixavam de que em 2004, quando o processo foi paralisado, o Mercosul oferecia apenas uma abertura para 70% do comércio bilateral. O objetivo era ter entre 85% e 90% dos fluxos liberalizados.
Os países do Mercosul alertaram que não poderiam fazer mais se os europeus não promovessem uma maior abertura de seu próprio mercado agrícola. Na época, o comissário de Comércio da UE era o francês Pascal Lamy, hoje responsável pela OMC, também em crise.
Por enquanto, o projeto é estudar formas “inovadoras” de atender aos pedidos dos dois lados. Nestor Stancanelli, negociador-chefe da Argentina para acordos comerciais, indicou que uma opção era oferecer um acordo “por etapas”. Assim, o Mercosul daria um sinal político de que ainda está interessado em um acordo comercial. Mas evitaria fazer concessões que a indústria argentina não quer nem ouvir falar.
Na semana que vem, o Mercosul se reúne para tentar definir quais serão os projetos que levará para a Lisboa. A coordenação entre os quatro países do bloco nem sempre foi fácil, já que a resistência da indústria argentina por um acordo chegou a impedir avanços no passado.
A matéria é de Jamil Chade, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.