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As exportações de carne bovina continuam pressionando a cotação do produto no mercado interno. Nesta época do ano o preço da arroba já deveria ter recuado para a casa dos R$ 45, mas no fechamento do mercado ontem (11) foram registrados negócios entre R$ 53 e R$ 57. O prolongamento da estiagem, que atrasou a engorda do gado, também está afetando o mercado.

Devido aos preços mais atrativos no exterior, frigoríficos estão direcionando boa parte da produção para o mercado internacional. Somente em janeiro, as exportações de carne in natura registraram um crescimento de 63% sobre o volume negociado no ano passado. Os valores passaram de US$ 186,7 milhões em janeiro de 2002, para US$ 236,9 milhões no último mês.

Em Minas Gerais, o Frigorífico Mata Boi, de Araguari, estuda ampliar as exportações. Atualmente, a cada 500 animais abatidos por dia na unidade, 200 são destinados aos países da Comunidade Européia, Oriente Médio e Ásia. O diretor da empresa, Eduardo Farina, acredita que o cenário internacional ainda permite a ampliação das exportações, mas o início de uma guerra no Iraque pode afetar o desempenho do setor.

Apesar do saldo positivo na balança comercial, Farina disse que os preços no mercado internacional de carne recuaram. Há alguns anos, ele informou que a tonelada de filé, por exemplo, era comercializada a US$ 12 mil, enquanto em 2003 o preço caiu para US$ 6 mil. “A concorrência está acirrada e existe uma oferta crescente de carne, o que retraiu os preços”.

Na última semana, a direção do frigorífico manteve contato com representantes de uma empresa importadora, com sede em Moscou, Rússia. Farina adiantou que no encontro o importador se mostrou interessado na compra de cortes de carne de “segunda”.

Uma outra comissão russa, vinda de Moscou, chegou ao País no último fim de semana. A intenção é pôr em prática o protocolo de intenções assinado entre o governo russo e exportadores de carne bovina e importadores de trigo do Brasil. Pelo protocolo, os exportadores, reunidos na Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), forneceriam 60 mil toneladas ao país. Em contrapartida, os moinhos filiados à Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), importariam até um milhão de toneladas de trigo russo. Embora a Rússia tenha imposto cotas à importação de carnes, a negociação com os frigoríficos brasileiros poderia ser concretizada porque Moscou, por ser a capital do País, tem autonomia para fazer licitações internacionais para regular seus estoques.

Mercado interno

Já no mercado interno, a tendência, por enquanto, é de estabilidade nos preços da carne bovina no varejo e atacado. Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias de Carne de Uberlândia e Região (Sindicarne), Everton Magalhães, a cotação da arroba deve se manter estável na casa dos R$ 55 até o fim da primeira quinzena deste mês.

Depois, se não houver uma pressão maior para exportação, ele acredita em um pequeno recuo na cotação. “A estiagem atrasou a terminação do boi a pasto, que só deve começar a chegar neste mês nos frigoríficos. O aumento da oferta pode provocar uma pequena queda nos preços. Se a oferta crescer acima do previsto pelas indústrias, essa redução pode até chegar ao consumidor”, afirmou.

Fonte: Jornal Correio/Uberlândia (por Rafael Godoi), adaptado por Equipe BeefPoint

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