Apesar da intensa pressão inflacionária sobre a renda atualmente, os consumidores continuam apostando em seu amor pela carne em 2024.
“2024 foi o ano mais forte já registrado para a carne, com crescimento para a carne bovina e frango, carne suína, cordeiro teve um ano realmente bom, bisão, vitela, o que você imaginar”, diz Anne-Marie Roerink, proprietária da 210 Analytics, que conduziu o estudo Power of Meat 2024. “Foi simplesmente um ano fantástico em todos os aspectos, e realmente ressaltou que, apesar dos consumidores estarem sob pressão financeira e vivendo nesse constante malabarismo sobre onde gastar o dinheiro, a carne saiu grande vencedora.”
Quando os tempos ficam difíceis, as pessoas começam a cozinhar mais em casa, explica Roerink. Uma parte do dinheiro que antes ia para restaurantes de serviço alimentar foi direcionada para o varejo alimentar. Ela diz que parte desse dinheiro pode acabar voltando aos restaurantes. Mas isso não é algo ruim para a indústria da carne. O equilíbrio entre o varejo e os restaurantes tende a ser positivo.
“Durante anos, nos preocupamos se os millennials seriam consumidores de carne e aves como as gerações anteriores. A resposta é um sonoro sim”, afirma Roerink.
Os millennials, especialmente a faixa etária mais velha dentro desse grupo, estão começando a atingir seu potencial de renda.
“Muitos millennials agora têm filhos”, ela acrescenta. “E esses filhos estão chegando à idade em que você vai ao supermercado para abastecer a casa por uma semana, e dois dias depois sua despensa, geladeira e freezer estão vazios.”
A indústria de carne no varejo vendeu 500 milhões de embalagens a mais em 2024 do que em 2023. Roerink afirma que 62% desse crescimento de 500 milhões de embalagens foi impulsionado pelos millennials.
“Esse tem sido um achado importante para todos nós”, diz ela. “Os millennials têm uma abordagem um pouco diferente em relação à carne e às aves, e isso vai significar mais mudanças nos próximos anos.”
Outro motivo pelo qual a indústria da carne está indo tão bem é o foco massivo dos americanos em proteínas.
“Se você andar pela loja, desde o macarrão com queijo até a manteiga de amendoim Skippy, as chamadas de ‘rico em proteína’ estão em todos os lugares”, explica Roerink. “Mas, ao mesmo tempo, isso anda de mãos dadas com algumas pessoas dizendo: ‘Quero menos ingredientes nas coisas que compro. Quero uma forma mais natural de alimento.’ Esse foco combinado em proteína com alimentos mais naturais realmente colocou a carne e as aves de volta ao comando.”
Roerink diz que os millennials estão mais focados do que nunca em conveniência. Isso se deve em grande parte à fase de vida em que estão – correndo de um lado para o outro e equilibrando o tempo entre família e trabalho, como as gerações anteriores.
“Eles têm mais foco em sustentabilidade e bem-estar animal”, acrescenta. “Com sua abordagem e valores em relação à carne e às aves, acho que veremos algumas necessidades diferentes em termos de transparência. Eles realmente querem ouvir os produtores. Querem entender que tipo de vida o animal teve, como você lida com a gestão da água e tudo mais.”
Ela diz que pode parecer loucura, mas os consumidores realmente querem saber como seus alimentos são produzidos. E se não ouvirem isso diretamente do produtor, podem acabar criando suas próprias ideias, ela aponta.
“Muitas vezes, quando pensamos na nossa categoria de carnes, usamos termos da indústria. Abordamos a questão de um ângulo científico”, diz Roerink. “Isso não significa nada para os consumidores. Eles querem saber mais, mas precisamos falar em uma linguagem que faça sentido para eles.”
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.