Após registrar resultados considerados sólidos no segundo trimestre, com forte geração de caixa, redução da dívida, alavancagem estável e crescimento de receita e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, trabalha com um cenário positivo para os negócios também neste segundo semestre.
Segundo Fernando Galletti de Queiroz, CEO da companhia com sede em São Paulo, o avanço da vacinação e a retomada do food service na maior parte dos países para os quais a Minerva exporta reforçam a expectativa positiva. “A demanda firme, em meio a uma oferta ainda restrita, tornam as perspectivas favoráveis”, afirmou o executivo em teleconferência com analistas na manhã desta terça-feira.
Conforme resultados divulgados no início da noite de ontem, a Minerva encerrou o segundo trimestre com receita líquida consolidada de R$ 6,3 bilhões – as exportações representaram 70% desse valor -, 43% mais que no mesmo período de 2020, Ebitda de R$ 544,9 milhões (aumento de 12%), fluxo de caixa livre de R$ 647 milhões (positivo pelo 14º trimestre consecutivo) e alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) estável de 2,4 vezes, mesmo com o pagamento de R$ 383 milhões em dividendos no trimestre.
O lucro líquido recuou na comparação, para R$ 116,7 milhões, mas, como já informou o Valor, porque a base de comparação é elevada — entre abril e junho do ano passado, o resultado, que chegou a R$ 548,7 milhões, foi turbinado por ganhos com hedge cambial.
Apesar da performance “robusta”, no segundo trimestre, as restrições operacionais derivadas da pandemia ainda fizeram a Minerva operar, em média, com 74,4% de sua capacidade consolidada, percentual que tende a aumentar com a retomada da economia no país e em outros mercados. Mesmo assim, os abates cresceram em relação a igual intervalo de 2020.
Segundo dados apresentados pela empresa, no Brasil, foram abatidas 323,6 mil cabeças de gado de abril a junho, com uma taxa de utilização da capacidade de 70,9%. Na Athena Foods, que reúne as operações da companhia em outros países da América do Sul e respondeu por 51% da receita consolidada no segundo trimestre, foram 545,4 mil cabeças (76,6% da capacidade). No mesmo período do ano passado, início da crise causada pela covid-19, a taxa no Brasil ficou em 63% e, na Athena, em 77,1%.
Edison Ticle, diretor financeiro da Minerva Foods, reforçou na teleconferência que, embora tenha voltado a conviver com a alta do preço do boi no trimestre, que representa entre 80% e 85% do custo total —, a companhia conseguiu repassar parte das altas, o que foi fundamental para manter o equilíbrio dos indicadores financeiros.
Na apresentação aos analistas, os executivos também voltaram a destacar os compromissos da companhia com a sustentabilidade da produção – a Minerva já rastreia 100% do gado que compra de fornecedores diretos no Brasil, e o percentual chega a 80% no Paraguai.
“O segundo trimestre de 2021 foi um marco importante na evolução e maturidade da nossa agenda de sustentabilidade, com a divulgação dos compromissos e metas da Minerva Foods no combate às mudanças climáticas e proteção do meio ambiente. Foram anunciadas sete metas da nossa agenda sustentável, com ações que envolvem toda a cadeia de stakeholders e prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão, em iniciativas que serão concluídas até 2035”, informou a companhia no texto que acompanhou a divulgação dos resultados. A Minerva estabeleceu como meta se tornar “carbono zero” até 2035.
Fonte: Valor Econômico.