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Minerva espera gerar até R$ 2 bilhões em caixa livre e reduzir dívida em 2025

Foto: Divulgação Minerva

Contando com boas condições de mercado para exportação de carne bovina da América do Sul e as expectativas de retorno dos ativos que foram adquiridos da Marfrig, a Minerva pretende gerar entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões em caixa livre neste ano.

“Isso vai ser utilizado para reduzir o endividamento”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores, Edison Ticle, em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (20/3).

O executivo ressaltou que a companhia fez uma recompra de bonds que contribui na redução de dívida bruta e na dívida líquida.

Nesta quarta-feira (19/3), a companhia informou que concluiu a recompra de US$ 69 milhões dos bonds para 2031 por 13% a menos do valor de face, uma vantagem na alavancagem ao cancelar os papéis no preço cheio.

O programa de recompra deve continuar até o limite permitido de 20% do que está no mercado, ou cerca de US$ 200 milhões no caso da Minerva.

Apesar do prejuízo de R$ 1,57 bilhão referente ao quarto trimestre de 2024, reportado ontem, os investidores receberam bem as notícias sobre este esforço para redução das dívidas e as perspectivas de retorno com as novas unidades.

Por volta das 12h11, as ações ON da Minerva operavam com forte alta de 10,55% na B3.

Endividamento

O mercado está atento aos níveis de endividamento da Minerva, principalmente com a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) que veio com o desembolso de recursos para a compra de plantas da Marfrig. Até o momento, 13 unidades foram adquiridas com o pagamento de R$ 7,2 bilhões, e três ainda estão pendentes de aprovação do órgão concorrencial no Uruguai.

A dívida líquida da empresa fechou o quarto trimestre em R$ 15,6 bilhões, alta de 75,9%, e a alavancagem foi para 3,7 vezes.

Ao Valor, Ticle afirmou ontem que esse é o pior nível da alavancagem, porque é quando a companhia “assume as plantas, paga por tudo isso e ainda não está tirando na plenitude o que elas podem trazer”.

Na teleconferência desta quinta-feira, o executivo ressaltou que as novas unidades estão operando com utilização da capacidade entre 65% e 70%, acima do patamar de 50% registrado no quarto trimestre do ano passado. A meta é atingir 75% até meados de setembro.

“Duas plantas a gente não conseguiu operar de cara e tem uma que ainda está fechada, que foi recebida em condições não condizentes com as da Minerva, que é uma planta no Mato Grosso”, lembrou Ticle. Estão sendo feitos investimentos para equiparar os padrões destas unidades aos da Minerva.

Somente após alcançar os objetivos de retorno com as novas plantas, capturas de sinergias e redução da dívida, a companhia poderá voltar a pagar valores adicionais de remuneração aos investidores.

Segundo Ticle, o pagamento de dividendos em valores acima das obrigações legais virão quando a alavancagem voltar aos níveis praticados antes da aquisição das plantas da Marfrig, que era em torno de 2,5 vezes.

Operação

O CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, comentou que segue com uma visão promissora para as exportações de carne bovina da América do Sul. No caso do Brasil, está no radar a abertura do mercado do Japão e as tarifas que serão praticadas.

“O Japão é um dos principais mercados importadores, tem uma missão saindo agora do Brasil com autoridades governamentais e autoridades do setor. A grande chave é qual é o sistema tarifário em que o Brasil vai entrar”, afirmou o executivo.

“Estamos trabalhando com o governo, deixando sensíveis, (para negociação) não só sobre o sistema sanitário, mas tarifário que teremos acesso”, acrescentou.

Sobre a oferta de gado, Ticle disse que a companhia ainda vê um ciclo pecuário normal neste ano, com diminuição no volume de abates em relação a 2025, mas em um patamar acima de 2023.

Além disso, olhando o preço dos grãos usados na ração animal (como milho e farelo de soja), “podemos ter uma surpresa positiva no segundo giro de confinamento”. “A gente começa a ficar mais otimista com a distribuição desse gado ao longo do ano”, pontuou o diretor.

Fonte: Globo Rural.

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