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Minerva fará aumento de capital de R$ 1,1 bilhão

A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, anunciou ontem que fará um aumento de capital superior a R$ 1 bilhão na B3 e, procurada pelo Valor, garantiu que também mantém firmes os planos de realizar um IPO de suas operações internacionais na bolsa do Chile – por meio do qual, segundo estimativas de mercado, espera arrecadar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão.

Com as duas operações, a companhia espera reduzir seu índice de alavancagem – que cresceu para além de 5 vezes em parte graças à aquisições recentes -, aumentar o pagamento de dividendos e “destravar” seu valor de mercado, que atualmente é um pouco menor do que na abertura de capital na bolsa brasileira, em 2007. Naquele momento, eram R$ 1,44 bilhão, ante R$ 1,29 bilhão ontem, após uma queda das ações neste ano próxima a 46%.

Em fato relevante, a Minerva informou que o aumento de capital prevê um bônus de subscrição adicional válido por três anos a partir da data da emissão. Os acionistas terão direito de preferência na subscrição na proporção de suas participações, e caso ações não sejam subscritas, os atuais controladores garantirão toda a capitalização, que totaliza 165 milhões de novas ações ordinárias – equivale a uma diluição de 74%. Ontem, os papéis da empresa fecharam a R$ 5,77.

Caso não haja interesse dos minoritários e os controladores tiverem que garantir o aumento de capital, a maior parte da tarefa caberá ao fundo saudita Salic, que já tem hoje participação de 21,4% no capital da empresa. A família Vilela de Queiroz, via VDQ Holdings, detém 28,2%.

Nesse caso, explicaram fontes familiarizadas com a operação, a Minerva terá que aprovar em assembleia uma mudança no limite da pílula de veneno em seu estatuto social, pois a fatia da Salic poderá crescer para 33,34% -que será o novo teto estatutário. Hoje, a pílula de veneno dispara com percentual de 20%. De qualquer forma, o controle continuará sendo exercido pela a família fundadora, que tem cinco de dez assentos no conselho pelo acordo de acionistas.

Em função do bônus de subscrição da operação, haverá um mercado secundário de um novo papel de Minerva na B3. Assim, além das ações da companhia, serão negociados na bolsa os direitos de subscrição, uma espécie de opção de compra de ações a R$ 6,42 em um prazo de até três anos. Esse mercado secundário criará oportunidade para que um novo investidor ou os grandes acionistas da companhia comprem essas opções. Para a Minerva, o bônus representa a possibilidade de dobrar a capitalização anunciada.

O conselho de administração da companhia já aprovou ontem a proposta de redação para a nova pílula de veneno, a ser submetida a assembleia de acionistas. Na prática, ela cria oportunidade de a Salic ampliar sua participação no negócio, para além até mesmo do novo limite estatutário, por meio do bônus de subscrição. Isso porque a oferta ao mercado não será disparada se o teto de 33,34% de participação for superado como resultado da subscrição de bônus “emitidos como vantagem adicional de aumento de capital”. No limite, se comprar sozinha todos os bônus, a Salic poderá se transformar em controladora, com mais de 50%.

Paralelamente, a Minerva continua a traçar os planos para a abertura das operações internacionais. A ideia é que os ativos fora do Brasil – incluindo fábricas na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Colômbia – fiquem sob o guarda-chuva da subsidiária Athena Foods, cuja avaliação de mercado poderá superar R$ 4 bilhões, conforme estimativas. O faturamento anual das operações internacionais da Minerva, fortalecida após a aquisição de frigoríficos que eram da JBS, chega a cerca de R$ 6 bilhões, ou 40% da receita total.

Fonte: Valor Econômico.

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