O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Bastos, afirmou que serão necessários “recursos adicionais” caso o governo decida fazer a renegociação de financiamentos rurais dos produtores afetados pela estiagem com as mesmas condições contratadas e manter as fontes de recursos originais. Segundo ele, a Pasta ainda aguarda a indicação de espaço no orçamento para anunciar as medidas de ajuda ao setor nos Estados do Sul do país e em Mato Grosso do Sul.
Em entrevista ao Canal Rural nesta terça-feira, Bastos disse que “a situação piorou” depois da visita que a ministra Tereza Cristina e outros integrantes do governo fizeram às regiões prejudicadas pela seca, há dez dias. “Tivemos notícias de redução [de safra] um pouco maior [do que o previsto anteriormente] em Mato Grosso do Sul, e no Rio Grande do Sul temos recebido notícias de que cada vez mais municípios estão entrando em estado de emergência”, disse.
Segundo o secretário, até o momento, o governo tem coordenado e monitorado a atuação de companhias seguradoras e instituições financeiras no atendimento aos pedidos de seguro rural e Proagro. A intenção é garantir que os produtores com algum tipo de cobertura de risco recebam recursos em tempo hábil para “atenuar os efeitos da seca”.
Mas os produtores ainda esperam medidas mais amplas. “Aguardamos fontes orçamentárias. Estamos em intensa negociação com Ministério da Economia, Banco Central, para que tenhamos essa fonte”, disse Bastos. “Começamos o ano com uma situação crítica orçamentária. Só para manter as condições de renegociação, com as mesmas fontes de recursos, precisaríamos de recursos adicionais”, revelou, sem citar qual seria esse valor.
O secretário também ponderou que os resultados das primeiras colheitas em outras regiões do país indicam boa produtividade, o que pode amenizar a quebra de safra de uma forma geral. “Não sabemos se isso poderá compensar, pelo largo volume e extensão da quebra na Região Sul, mas não é uma situação totalmente de perda de safra no Brasil inteiro. Ajuda em termos de volume de produção que a gente ainda precisa para este ano”.
Fonte: Valor Econômico.