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Ministro prevê que exportações do complexo carne cheguem a US$ 4,6 bi em 2004

As exportações brasileiras do complexo carnes podem crescer em US$ 600 milhões neste ano, chegando a US$ 4,6 bilhões, contra os US$ 4 bilhões alcançados em 2003. A estimativa foi apresentada na sexta-feira (09) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, ao analisar os possíveis efeitos do surgimento da “vaca louca” nos Estados Unidos sobre o comércio mundial de carnes.

Segundo ele, o Brasil intensificará as negociações com os países asiáticos, como Japão, para passar a vender carne bovina para aqueles mercados. Rodrigues também prevê aumento das vendas externas de frango, suínos, soja e milho em 2004, em conseqüência do aparecimento da doença nos EUA.

Rodrigues informou que uma missão, chefiada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Maçao Tadano, viajará à Ásia a 25 de janeiro. A primeira escala será no Japão, que já manifestou interesse em retomar as negociações para importar carne bovina brasileira. “O governo japonês manteve contatos com a nossa embaixada para tratar do assunto”, disse o ministro.

De acordo Rodrigues, o mercado asiático não compra carne bovina do Brasil porque não aceita o sistema de erradicação da febre aftosa por regiões, como é feito no país, embora esse modelo seja reconhecido pela OIE (Organização Internacional de Epizootias). No entanto, assinalou, os japoneses estariam dispostos a rever essa posição.

Além do Japão, a missão, formada por técnicos dos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores e por representantes do setor privado, visitará a Coréia do Sul e Taiwan.

Conforme o ministro, o mercado asiático compra hoje cerca de 450 mil toneladas de carne bovina por ano dos EUA. Somente o Japão importa 370 mil toneladas/ano do produto norte-americano. O Brasil espera conquistar uma fatia desse volume, ressaltou Rodrigues, revelando que viajará à Rússia a 19 de janeiro, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, para tratar da revisão das cotas de importação de carnes (bovina, suína e de frango) brasileiras.

O ministro lembrou que o Brasil tem discutido a abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne bovina in natura. Conforme Rodrigues, uma missão técnica norte-americana visitará frigoríficos brasileiros em fevereiro, dando prosseguimento ao processo que visa a autorizar o País a exportar essa carne para os EUA.

Ele acredita que as negociações com os Estados Unidos estejam concluídas até o final deste semestre. Se isso ocorrer, os EUA poderão passar a importar o produto brasileiro.

Paralelamente à intensificação dos contatos com os países asiáticos e do Leste Europeu, visando a aumentar as exportações do complexo carne, o Brasil também reforçará o seu sistema de defesa sanitária. Para tanto, Rodrigues espera que a área econômica do governo libere mais R$ 60 milhões, além dos R$ 68 milhões já previstos no Orçamento, para desenvolver ações de prevenção à febre aftosa, peste suína clássica e newcastle.

Rodrigues quer autorização para contratar, em caráter emergencial, 500 agentes de defesa sanitária. “Trabalharemos no aperfeiçoamento do nosso sistema de defesa sanitária”, garantiu.

Empregos

O agronegócio brasileiro deve gerar 1,32 milhão de empregos neste ano, como anunciou Roberto Rodrigues, com base em projeções feitas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Os postos de trabalho diretos no campo devem chegar a 400 mil, informou. “Já os empregos indiretos em toda a cadeia produtiva do setor devem atingir 340 mil”. Outras 580 mil vagas, assinalou o ministro, serão geradas em conseqüência do efeito da renda agropecuária.

De acordo com Rodrigues, a geração de empregos pelo agronegócio está relacionada ao aumento da produção agropecuária e das exportações. O ministro destacou, entre outros setores, que a produção de carnes, por exemplo, terá incremento de 1,5 milhão de toneladas (8%). “As projeções de aumento da produção permitiram ao BNDES fazer uma estimativa sobre o número de empregos que o agronegócio deve gerar em 2004”, explicou Rodrigues.

Ele acrescentou que o Ministério dos Transportes liberará R$ 200 milhões, no primeiro semestre deste ano, para consertar a malha rodoviária por onde passam 90% da produção agrícola brasileira. Serão feitas operações tapa-buracos e obras de infra-estrutura e de recapeamento das mais importantes estradas federais do país, para evitar problemas de escoamento da safra.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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