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Modera a queda no comércio mundial de carnes

O comércio mundial de carnes mostrou com relação ao fechamento de 2015 uma moderação em sua queda. Segundo os últimos dados divulgados, até dezembro, na maioria dos casos, os seis principais exportadores, que representam 80% do total, tiveram uma baixa de 3% nas vendas, frente aos 8% registrados no acumulado do ano. Enquanto a Austrália quase repetiu o volume recorde do ano anterior (0,2% a menos) e o Uruguai foi o único entre os líderes que obteve aumentos anuais (14%), a Índia, o Brasil e os Estados Unidos diminuíram entre 12% e 13% seus embarques. Por outro lado, o Paraguai voltou a superar o Uruguai, mostrando uma queda marginal. Em termos de preços, o último mês marcou um retrocesso interanual mais alto da série, de 9%, com o que o acumulado do ano fica em 3% abaixo, número muito pequeno com relação a outros bens básicos, como os grãos, ou, principalmente, o petróleo. Nesse contexto, os Estados Unidos marcaram a queda mais forte (18%) no valor das vendas, enquanto o resto caiu entre 5 e 12%. Assim o total anual mostra que a Austrália foi o único que obteve os melhores preços (3%), ficando no outro extremo o Paraguai (-11%) e o Brasil (-8%). Como conclusão do desempenho dos líderes, destaca-se que em um mundo convulsionado pelas baixas de preços das matérias-primas, o desempenho da carne bovina foi consideravelmente satisfatório em 2015. No entanto, não parece tão provável que no ano que se inicia possa voltar, em um só passo aos volumes recordes de 2014.

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Austrália

Em dezembro, os embarques tiveram uma queda interanual de 3%, deixando o acumulado de 2015 somente em 2 mil toneladas abaixo do recorde de 1,287 milhão de toneladas registrados em 2014. Nesse ciclo, conseguiu-se aumentar as vendas à China, Coreia e Estados Unidos, caindo apenas as vendas ao Japão, entre os principais clientes. Para os demais destinos, mostrou retrocessos. Em dezembro, marcou um preço 5% menor que no ano anterior, conseguindo terminar de forma positiva para a totalidade do ano.

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Índia

De acordo com os últimos dados divulgados, o país ficou em segundo lugar entre os exportadores mundiais em 2015. Em outubro, cresceram suas vendas ao Vietnã, principal cliente, ainda que durante o ano tenha acumulado uma baixa de 23% a esse destino. A Tailândia é o único dos principais mercados que comprou mais até agora nesse ano.

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Brasil

Embora tenha terminado 2015 com uma queda de 12% em seus embarques, dezembro foi o mês de menor retrocesso interanual. O Egito foi seu principal cliente, superando a Rússia, país que duplicava suas compras em 2014. A queda de 45% nas vendas ao país euroasiático fez com que passasse ao segundo lugar. Também se reduziram as compras de Hong Kong, enquanto o Irã aumentou suas aquisições em 60%. Outro destaque foi a China que, apesar de ter-se somado em junho conseguiu ficar entre os primeiros cinco destinos do ano. O país foi um dos que mais sofreu a queda de preços devido à sua concentração em mercados com problemas econômicos (Rússia, Venezuela). Um dado a ser considerado no futuro é que a grande oferta de carne à China está fazendo cair os preços nesse destino.

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Estados Unidos

Consolidou-se como o quarto exportador mundial. Em novembro, quase empata com a marca de doze meses atrás, mas segue -12% no acumulado anual. Entre os principais cinco clientes, somente a Coreia comprou 5% a mais, enquanto mostra baixas nos demais destinos. Até maio, observou aumentos interanuais nos preços FOB, mas logo começou a cair. Nos últimos três meses, a baixa oscilou entre 16 e 18%.

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Paraguai

Manteve-se como o segundo exportador do Mercosul, com 270 mil toneladas peso embarque, 13 mil a mais que o Uruguai. As menores vendas à Rússia e ao Brasil foram compensadas com aumentos ao Chile, Israel e Vietnã que, pela primeira vez, entrou ao grupo dos cinco principais compradores. Também aumentou suas colocações no conjunto dos demais mercados. Dos seis exportadores analisados, foi o que mais retrocedeu em matéria de preços em 2015.

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Uruguai

Foi o único dos países analisados que conseguiu maiores embarques em 2015. Suas vendas superiores à China (84%) e aos Estados Unidos foram cruciais para essa conquista. A União Europeia (UE) e Israel baixaram suas compras e o Canadá o fez de uma forma muito mais marcada. O conjunto dos demais mercados também mostrou uma redução considerável. Em dezembro, sofreu uma baixa de preços de 8%, metade da queda de novembro, estabilizando o acumulado do ano em uma queda de 6%.

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Fonte: Valor Carne, traduzida pela Equipe BeefPoint.

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