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MP agita mercado e dólar tem nova alta

Após registrar variação de 4,99%, na terça-feira, o dólar comercial subiu 6,68% ontem e chegou a R$ 2,38, seu maior valor desde 24 de maio de 2006. A moeda dos EUA acumula elevação de 52,6% desde 1º de agosto. A medida provisória editada ontem que permite ao governo comprar empresas e a notícia de que o fluxo cambial no país ficou negativo em US$ 3,751 bilhões nas primeiras três semanas de outubro já azedaram os ânimos no câmbio.

Após registrar variação de 4,99%, na terça-feira, o dólar comercial subiu 6,68% ontem e chegou a R$ 2,38, seu maior valor desde 24 de maio de 2006. A moeda dos EUA acumula elevação de 52,6% desde 1º de agosto, quando havia alcançando a cotação mínima de 2008, R$ 1,559.

A medida provisória editada ontem que permite ao governo comprar empresas e a notícia de que o fluxo cambial no país ficou negativo em US$ 3,751 bilhões nas primeiras três semanas de outubro já azedaram os ânimos no câmbio logo pela manhã.

O movimento foi global. O dólar avançou contra praticamente todas as moedas devido ao crescimento dos temores de uma recessão planetária. Os economistas prevêem que muitos países terão que cortar a sua taxa básica de juros em breve para enfrentar a já prevista recessão. Diante da perspectiva de menores ganhos, os investidores preferem correr para os EUA e comprar os títulos do seu Tesouro, tradicional refúgio em momentos de crise, mesmo que as turbulências tenham tido início justamente em solo americano.

Boa parte da pauta de exportações brasileira é composta por commodities metálicas e agrícolas – que apresentaram forte queda nos últimos dias. Uma diminuição do consumo com o desaquecimento global significaria menos dólares entrando no Brasil.

O cenário negativo fez alguns bancos e investidores aumentarem as suas compras de divisas para estocar – eles apostam que a situação pode se deteriorar ainda mais, também fazendo a moeda americana subir. Esse componente especulativo impediu que a intervenção do Banco Central ontem tivesse efeito em segurar as cotações.

Nesse contexto de medo e de desconfiança, a edição da Medida Provisória 443 – que permite que o Banco do Brasil e a Nossa Caixa adquiram participação em outros bancos e empresas sem licitação – contribuiu para piorar o clima. “O entendimento é que as condições do sistema bancário brasileiro podem ser um pouco mais complicadas”, comenta Alessandra Ribeiro, analista da Tendências Consultoria. “É verdade que a regulação é rígida, que a alavancagem é pequena, as instituições estão capitalizadas; porém, o BC pode estar mais preocupado com as menores. As grandes são sólidas”, completa a analista.

Para ela, o governo deveria ser mais cuidadoso na comunicação de suas ações para não mandar mensagens erradas e deixar o mercado ainda mais nervoso. No entanto, de acordo com especialistas, a elevação observada nas últimas semanas é fruto apenas do pânico e não de uma piora do país, por isso não se sustentaria por muito tempo.

A matéria é de Denyse Godoy, publicada no jornal Folha de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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