Depois do Pará, o Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso deverá apresentar, no início do mês que vem, as empresas da cadeia da pecuária bovina que contribuem para a devastação da Amazônia. Um levantamento está em processo no Estado, onde o órgão realiza a coleta de dados sobre fazendas, frigoríficos e compradores de carne e subprodutos do boi para o cruzamento de informações que possam indicar ilegalidade na cadeia produtiva.
Depois do Pará, o Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso deverá apresentar, no início do mês que vem, as empresas da cadeia da pecuária bovina que contribuem para a devastação da Amazônia. Um levantamento está em processo no Estado, onde o órgão realiza a coleta de dados sobre fazendas, frigoríficos e compradores de carne e subprodutos do boi para o cruzamento de informações que possam indicar ilegalidade na cadeia produtiva.
“Queremos terminar num curto prazo de tempo”, afirmou ao Valor Mário Lúcio Avelar, procurador do Ministério Público Federal no Estado. “Já estamos com meio caminho andado”, acrescentou, sem revelar mais detalhes da operação. O Pará e o Mato Grosso lideram no país o ranking de desmatamento da Amazônia – e são também grandes produtores de gado. O Mato Grosso tem o maior rebanho do país,com 25,6 milhões de cabeças. No Pará, onde a pecuária quase dobrou desde 2000,o rebanho é de 15,3 milhões de cabeças, segundo dados do IBGE de 2007.
Na segunda-feira, o Ministério Público apresentou ao governo do Pará uma proposta da Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para as 21 fazendas embargadas por desmatamento ilegal. Muitas delas haviam sido embargadas em 2006 e continuaram a vender carne. Por esse motivo,foram autuadas em R$ 2,1 bilhões. “Será um pagamento solidário – paga o fazendeiro e o frigorífico que comprou dele”, explicou Avelino.
Pela proposta, além do georreferenciamento, os pecuaristas teriam um prazo para fazer o licenciamento ambiental e regularizar o cadastro ambiental rural. O MPF do Pará exige também uma auditoria independente para fiscalizar frigoríficos e propriedades.
Maurílio Monteiro, secretário do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, disse que os frigoríficos, junto com o governo do Estado, negociam com o Ministério Público, o que chama de”aprimoramento” do TAC. Segundo ele, os frigoríficos querem saber qual será a sua atribuição dentro do conjunto de medidas previstas e os prazos definidos. “Eles querem que fique claro o que será obrigação dos frigoríficos e o que o próprio Estado pode cumprir”. Monteiro disse que oPará “tem interesse em avançar na regularização”.
A Procuradoria Geral da República(PGR) deseja replicar a ação realizada no Pará. Um Grupo de Trabalho foi criado para a Amazônia Legal, de modo a integrar e padronizar as ações na região.”Queremos fazer igual em todos os Estados Amazônicos”, disse Sandra Cureau, subprocuradora da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do PGR, em Brasília.
A matéria é de Bettina Barros e Alda do Amaral Rocha, publicada na Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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concordo sim com a atitude que o MPF vem tomando junto a pecuaristas e frigorificos,mas tenho medo que isso venha atingir os que não tem culpa nessa história que seria os colaboradores que fazem parte do quadro de funcionarios desses frigorificos no qual temem os seus empregos.
Os estados amazônicos são responsaveis por mais de 30%,da carne produzida no país. o problema ambiental deve ser resolvido sem que atrapalhe a parte econômica ou seja não podemos criar um problema para resolver outro… isso não é inteligente,pois as respostas do mercado são proporcionais ao seu impacto. o mundo precisa de nossa carne e nós brasileiros muito mais,pois além de fonte de proteína carne na alimentação é cultural e deve estar sempre com preço acessivel ao trabalhador de norte a sul. o desmatamento não é interessante para ninguém deve ser resolvido,da mesma forma que o governo incentivou o progresso na amazônia favorecento a retirada da mata,novos incentivos para as terras devem ser criados . pois nessa linha de raciocinio toda metrópole já foi um eco ssistema em equilibrio,nem por isso serão reflorestadas, afinal quem vive nos grandes centros não abrem mão do conforto dos shoping centers e hipermercados onde a facilidade de se adquirir bens de consumo e alimentação é bem diferente de quem vive e produz na amazônia que não criticam a forma que tratam o meio ambiente na cidade,quer seja com lixo em demasia ,poluentes no ar e nas águas pixações e uma crescente violência no transito em busca de espaço que cada vez é mais raro. não sei se fui claro no que quis dizer mas tente refletir no absurdo que é esta eco hipocresia onde até atores de tv fazem loby de algo que conhecem muito; mas muito superficialmente o que a economia dos estados amazônicos.