Com investimentos em torno de R$ 100 milhões e previsão de gerar até 2,5 mil empregos, uma das empresas que deverá receber os incentivos fiscais para o couro é a Braspelco, que já está em fase de instalação no pólo industrial de Campo Grande (MS). No início de junho, o prefeito André Puccinelli assinou a ordem de serviço para as obras de terraplenagem, que hoje já estão em fase final. De acordo com um dos diretores da empresa, Marcelo Frizzo, a construção terá início em janeiro e a produção a partir de outubro, com produção de couro semi-acabado.
A empresa vai produzir em três etapas: na primeira, de wet blue até couro semi-acabado, com quatro mil couros por dia (dois mil na unidade de Paranaíba e outros dois mil em Campo Grande), com 500 empregados, distribuídos entre as duas unidades. Na segunda etapa, couro acabado, destinado para roupas de proteção. Na terceira e última etapa, serão produzidos seis mil couros/dia (1,8 milhão/ano), com geração de dois mil a 2.500 empregos diretos. Nesta fase, o couro é destinado para calçados e manufaturados.
“Isso só vai ocorrer se houver vontade e disposição política e se o Governo permitir e tratar a indústria do couro como algo interessante para o estado. Caso contrário, continuaremos a fazer o couro semi-acabado. Todas as unidades da indústria trabalham com harmonia em todos os estados; nunca usamos “laranjas” e se houver benefício, que seja bom para os dois”, considera Frizzo.
O Governo do Estado, com finalidade de atrair indústrias para produzir o couro acabado e manufaturado, está oferecendo incentivos fiscais para agregar valor ao produto e evitar que seja exportado para fora de Mato Grosso do Sul como matéria-prima, além de garantir mais empregos para a região. Os incentivos para o couro acabado chegam a 80%. Para o wet blue o incentivo para o ano que vem será de 30%. Em 1
O diretor-presidente da Braspelco, Arnaldo Frizzo Filho, acredita que “a atual proposta de legislação de Mato Grosso do Sul dá iguais oportunidades de investimentos na produção de couros acabados a todos os curtumes existentes no estado ou para novos projetos. A Braspelco desenvolverá seu projeto com maior ou menor intensidade e velocidade, dependendo da competitividade que tiver no campo tributário. Obviamente, se para produzir wet blue, que requer 20% de investimento em relação a um curtume completo, for concedido incentivo de forma desproporcional, será melhor não intensificar investimentos e se manter na fabricação primária de couros wet blue“.
A Braspelco elaborou um projeto em 2002, que foi aprovado, para fazer o couro semi-acabado, independente de incentivos. “Agora o Governo está reduzindo o incentivo para quem só faz o wet blue e agregar mais incentivo para o couro em outras fases. Só que isso não tem nada a ver com a Braspelco, são decisões puramente do Estado. Qualquer empresa que vier para cá e produzir couro acabado ou manufaturado, vai receber 80% de incentivo. Nada foi modificado para beneficiar a Braspelco”.
A empresa tem indústrias no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Itumbiara, Paranaíba, e com projetos em Rondônia e no Acre e Tocantins.
Fonte: Correio do Estado/MS (por Vera Halfen), adaptado por Equipe BeefPoint