Na manhã de ontem (15/04) foi assinada uma linha de crédito de R$30 milhões do Banco do Brasil (BB) que visa socorrer os produtores rurais da planície pantaneira. O acordo entre o BB, Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo de Mato Grosso do Sul (Seprotur) tem por objetivo atender os ruralistas do pantanal que na época de cheia tem de remover seu rebanho bovino para áreas não inundáveis.
Na manhã de ontem (15/04) foi assinada uma linha de crédito de R$30 milhões do Banco do Brasil (BB) que visa socorrer os produtores rurais da planície pantaneira. O acordo entre o BB, Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo de Mato Grosso do Sul (Seprotur) tem por objetivo atender os ruralistas do pantanal que na época de cheia tem de remover seu rebanho bovino para áreas não inundáveis.
A linha estará disponível de duas formas: na retenção de matrizes e na aquisição de bovinos do Pantanal. Para que não ocorra um abate precipitado das matrizes a linha dará a oportunidade do produtor deslocar seu rebanho bovino na época da cheia. Na aquisição de novos animais, a linha disponibiliza crédito para que o produtor adquira um rebanho que utilizará o pasto do Pantanal. Cada ruralista pode ter acesso até R$ 200 mil. O prazo de pagamento é de 2 anos, sob taxa de juros de 6,75% ao ano.
Para o presidente da Famasul, Eduardo Corrêa Riedel, esses e outros mecanismos precisam ser implementados em beneficio do produtor pantaneiro, tendo em vista as dificuldades de acesso que o mesmo enfrenta. “O produtor é quem realmente conhece a dinâmica desse bioma, para isso devemos estar sempre atentos ao homem pantaneiro”, destaca. Riedel ainda considera um desafio para o criador produzir e preservar ao mesmo tempo. “E estamos conseguindo”, assegura. Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 87% do Bioma pantanal está preservado.
De acordo com o vice-presidente do BB, Luiz Carlos Guedes, o banco nos últimos anos tem aplicado no Estado R$4 bilhões e que iniciativas como essa de liberação de uma linha de crédito para o produtor pantaneiro é o que fomenta a economia local. “O Banco do Brasil é um parceiro da agricultura brasileira e mesmo muitos dizendo o contrário, é a que mais preserva o meio ambiente”, afirma. Quanto aos investimentos no setor e a parceria que o BB tem com o agronegócio, Guedes é enfático: “Não faltará dinheiro para a próxima safra 2010/11”.
De acordo com o último relatório divulgado pelo Iagro, em 2008, o rebanho pantaneiro possui pouco mais de 4 milhões de cabeças e gado, distribuído pelos municípios de Aquidauana, Corumbá, Miranda, Coxim, Rio Verde, Porto Murtinho e Ladário. A previsão é de que em 2010 ocorra um aumento no fluxo de bovinos, em decorrência das alterações climáticas, o que torna as áreas inundáveis cada vez menores.
O superintendente do Banco do Brasil, Ricardo Lot disse que esta é a primeira vez que é oferecida linha neste molde e que os produtores já podem procurar as agências para contratar os recursos.
As ações resultam de mobilização da própria categoria, através das entidades e governo estadual. O presidente da Comissão Estadual de Pecuária e do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, ressaltou que a Embrapa emitiu previsão de cheia atípica na região do Nabileque para este ano e a partir daí a Câmara Setorial da Bovinocultura iniciou as gestões para garantir recursos para movimentar o gado.
Segundo ele, a cheia na dimensão que era esperada até o momento não se concretizou, mas o recurso é importante para dar fôlego ao produtor. “O produtor não encontra lugar seco e o aluguel dessas áreas é muito caro. Ele acaba sendo obrigado a vender os animais a preços baixos e fica no prejuízo. Por isso reagimos para que o mercado do gado magro não se avilte”, disse. Lemos considerou a medida “uma ajuda e tanto”, mas paliativa e defendeu ações permanentes diferenciadas voltadas ao pecuarista do Pantanal. “Precisamos de uma política específica para a região mais bem conservada do Estado, 87% de área preservada, muito por responsabilidade do produtor rural”, defendeu.
O governador, André Puccinelli (PMDB), reforçou que a linha veio justamente para evitar que o produtor fique sem alternativa. Segundo ele, a estimativa é que 400 mil animais sejam removidos por conta dos alagamentos. A secretária de Produção Tereza Cristina Correa da Costa disse 800 propriedades devem ser atendidas com as novas linhas. Ela disse que o governo busca um projeto definitivo para socorrer o criador do Pantanal, estudando pastagens e buscando políticas “mais efetivas” para o homem pantaneiro, com intenção fixa-lo na região.
O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Raphael Kassar, afirmou que em função das enchentes do rio Paraguai e afluentes há fazendas isoladas por conta da altura das águas. “Com isso há um prejuízo muito grande para os produtores que tem contas, fornecedores e empregados a pagar”, disse.
As informações são da Famasul e do Campo Grande News, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
0 Comments
Parabéns a SEPROTUR e ao BB por esta iniciativa, os criadores do Pantanal Sul Matogrossense merecem todo apoio da entidades, pois são lutadores e preserva-dores do meio ambiente.
Apesar de muitos criadores já terem vendido seus animais, uma ajuda como esta e sempre bem vinda