O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) informou que tem mapeadas as regiões de maior interesse e está de prontidão para invadir as áreas mais cobiçadas pelo capital internacional, caso o Congresso aprove o projeto de lei que retira restrições para compra de terras por estrangeiros.
A atitude é uma resposta ao projeto de lei 4.059/2012, de autoria do senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que prevê a retirada de restrições que impendem pessoas e empresas estrangeiras, assim como empresas nacionais com participação de capital estrangeiro, de comprar grande quantidade de terras no Brasil.
A proposta tramita em regime de urgência na Câmara e está pronta para ser votada em plenário, o que deve ocorrer em breve, segundo integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária. A tendência é que o projeto seja aprovado por ampla maioria, impulsionado pela bancada ruralista.
O governo do presidente interino Michel Temer é a favor do projeto. O próprio Maggi e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defenderam a medida como instrumento de rápida recuperação econômica.
Um dos principais argumentos é que isso ocasionará uma rápida expansão de investimentos no setor, ao permitir que os imóveis rurais sirvam como garantia de empréstimos junto a bancos estrangeiros.
Os movimentos de luta pela reforma agrária discordam. “Sabemos que o sistema financeiro nacional tem oferecido crédito suficiente para as atividades do agronegócio”, revelou uma carta à sociedade divulgada na quinta-feira (4) e assinada por 23 organizações sociais. “Ao mesmo tempo em que abre a possibilidade de compra ilimitada pelos estrangeiros, temos o direito à terra negado a milhões de brasileiros”, acrescentou o documento.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.