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MT: IMEA espera grande volatilidade de preços em 2009

Para 2009, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) fez algumas previsões conservadoras para o setor pecuário. A volatilidade dos preços deve continuar, com a cotação da arroba não ficando muito distante dos patamares de 2008. Os analistas acreditam que os frigoríficos continuarão em dificuldades, "tanto pela oferta restrita quanto pela dificuldade de acesso ao crédito".

O ano de 2008 foi marcado pela falta de bois para abate em Mato Grosso e pela valorização do bezerro. Segundo estudos do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), uma das causas foi o alto índice de abate de matrizes (fêmeas), que no primeiro trimestre do ano atingiu a taxa de 47%, mantendo a tendência do que ocorria em 2007.

De acordo com os pecuaristas, no ano passado ocorreu também uma supervalorização do bezerro, que teve seus preços majorados em 139%, passando de R$ 270, em 2006, para R$ 650 em agosto do ano passado. Eles apontam que o abate de fêmeas no período de 2005 e 2007 acabou levando a uma forte redução da oferta de bezerros no mercado. Por isso, Mato Grosso foi um dos estados onde os preços do bezerro tiveram maior valorização do país no ano passado.

Para 2009, o Imea fez algumas previsões conservadoras para o setor pecuário. A volatilidade dos preços deve continuar, com a cotação da arroba não ficando muito distante dos patamares de 2008, apesar do aumento das exportações previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).

Os analistas acreditam que os frigoríficos continuarão em dificuldades, “tanto pela oferta restrita quanto pela dificuldade de acesso ao crédito”.

O Imea prevê também que o setor de carnes – frango, suíno e bovino – será pressionado pela crise e redução da demanda, e o abate total de animais, especialmente de fêmeas, deve continuar baixo.

O presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Estado (ACN/MT), José João Bernandes, acredita que o abate de matrizes se manterá em alta este ano. “Acho que a pressão [para se abater fêmeas] será maior em 2009, pois a crise já está chegando ao produtor. E a moeda que ele terá para transformar em dinheiro é a vaca”.

Ele aposta que em 2009 os índices de descarte de matrizes podem retornar aos patamares de 40% registrados nos últimos anos. “2008 foi um ano atípico para a pecuária. A crise já está afetando a cadeia e os produtores devem se manter cautelosos”, recomendou.

A matéria é de Marcondes Maciel, publicada no jornal Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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