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MT: lideranças traçam ações para evitar boicote

Para se contrapor ao embargo à pecuária de Mato Grosso, a exemplo do que ocorreu no Estado do Pará, a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) reuniu sindicatos rurais e associações para discutir o assunto e definir medidas para amenizar o cenário de insegurança que a legislação ambiental vigente tem imposto no campo.

Para se contrapor ao embargo à pecuária de Mato Grosso, a exemplo do que ocorreu no Estado do Pará, a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) reuniu sindicatos rurais e associações para discutir o assunto e definir medidas para amenizar o cenário de insegurança que a legislação ambiental vigente tem imposto no campo.

O presidente da Federação, Rui Prado, disse ser provável que Mato Grosso seja o próximo alvo do embargo da carne produzida no bioma amazônico. “Estamos no foco dos ataques devido ao nosso potencial e é justamente por essa importância que não aceitamos essa interpretação equivocada das leis ambientais. Se a legislação é a mesma para todos os estados da federação, por que então Mato Grosso é tratado de forma diferenciada? A lei deve valer para todos”.

Rui Prado salienta que cumprir a legislação ambiental brasileira se tornou impossível, já que existem 16 mil normativas (em nível federal, estadual e municipal). “É difícil até conhecer toda essa legislação, imagina cumprir. Nós queremos que o Congresso se conscientize e faça uma lei exeqüível”.

Estudos do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola) mostram que quase 70% do rebanho estadual está concentrado em municípios localizados no bioma amazônico, e totaliza cerca de 18 milhões de cabeças. Nesta região, no norte e nordeste do Estado, estão situadas ainda 29 indústrias frigoríficas que juntas têm capacidade para abater 24 mil cabeças por dia.

Presidentes, representantes de sindicatos rurais e pecuaristas que participaram do encontro expuseram suas angústias e os prejuízos que já estão tendo devido ao boicote de alguns frigoríficos que acataram a sugestão de organizações não-governamentais de não adquirir animais do bioma amazônico.

“Este é o início do processo de reação de um setor que está sendo penalizado injustamente com embargos e punições”, disse Orivaldo Bezerra, pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Juara.

“A região Amazônica, especialmente Mato Grosso, com o maior rebanho bovino do país, sofre discriminação”, disse o deputado federal Homero Pereira, membro da bancada ruralista da Câmara. Ele informou que para tentar solucionar a problemática do embargo da carne em Mato Grosso, a diretoria da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Independente deste encontro, o setor decidiu desencadear uma série de ações com o objetivo de reverter a atual situação.

Em meio às arbitrariedades que o setor pecuário do estado vem enfrentando, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em reunião com lideranças ruralistas, políticas, presidentes e representantes de sindicatos rurais, debateu, analisou e decidiu desencadear uma série de ações com o objetivo de contrapor acusações levianas de organismos que tentam jogar a opinião pública contra os produtores rurais e causam danos relevantes para o setor e para a economia do estado.

As ações a serem implementadas pela Federação são as seguintes:

1 – Mover ações judiciais contra as instituições que fazem o embargo irresponsável do CPF dos produtores, quando a medida legal seria o embargo da área em foco. Até o dia 16 de julho tínhamos 610 áreas embargadas pelo Ibama em Mato Grosso, o que representa 0,2% do número de propriedades estaduais. Somadas as áreas embargadas, o estado possui 240 mil hectares barrados, destes, 49 mil hectares são de responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

2 – Encomendar parecer jurídico sobre a possibilidade de constituição da Reserva Legal integralmente fora da propriedade. Tecnicamente a existência de uma área de reserva circunscrita por lavoura não será de grande benefício para ninguém, não promove o deslocamento de pequenos e médios animais e tampouco servirá a sociedade da forma como se apregoa.

3 – Por intermédio de comissões, fazer incursões semanais ao Planalto, ao Senado e à Câmara Federal, com o intuito de demonstrar o dano irresponsável que algumas instituições estão causando ao setor.

4 – Estabelecer uma estratégia de comunicação que contraponha os argumentos fúteis das ONGs e órgãos que apoiam essas entidades levianamente. Existe uma parte da mídia que já apresenta viés antiagropecuária no país.

5 – Realizar, junto ao Executivo estadual, um amplo debate sobre o MT Legal, sob a forma de audiências públicas, fazendo com que as proposições e premissas do programa sejam bem assimiladas pela sociedade, mostrando seus impactos.

6 – Organizar informações e gerar conceitos uniformes a respeito dos temas ambientais e da produção. O objetivo é prover a classe com argumentos concretos sobre a importância socioeconômica da atividade e desvendar mitos que são amplamente veiculados em rede nacional visando acirrar conflitos no meio rural.

7 – Fazer uma mobilização regional rumo a Brasília, mostrar a força e a união dos produtores rurais e pressionar o governo pela consolidação das leis ambientais. Se preciso, trancar a pauta no Congresso Nacional até que se discuta a lei ambiental. Esta proposta será estendida inclusive a outras bancadas do país.

Com esta iniciativa o setor pretende garantir segurança à produção e para a sociedade de uma maneira geral, assegurando estabilidade econômica, manutenção e geração de empregos, mostrando ao mundo que o setor produtivo de Mato Grosso tem compromisso com a preservação ambiental e que, por isso, avança rumo à produção sustentável.

Acrimat

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Associação dos Criadores de Mato Grosso, Vicente Falcão, diz que é preciso clareza quanto a denominação de Amazônia Legal.

“Entendemos que a sustentabilidade da Amazônia está alicerçada em quatro pilares, que são econômico, ambiental, social e cultural. Diante disso, temos que ter regras claras para todas as ações desenvolvidas na região, pois corremos o risco de enfrentarmos situações como a criada por uma representante ambientalista, que provocou o embargo à carne bovina produzida no bioma, com dados sem nenhuma consistência científica. A associação sustenta a proposta de conscientizar a sociedade das verdades e mentiras do setor pecuário quanto a preservação do meio ambiente”, disse Falcão.

“Não podemos deixar que uma representante ambientalista dite as regras de um país, muito menos no nosso Estado. Nós produtores estamos conscientes de nossas responsabilidades e fazendo de tudo para seguirmos as normas severas ambientais, para trabalhar dentro da legalidade, mas precisamos de regras claras, de pessoas e instituições responsáveis pelas leis do nosso país”, ressaltou Falcão.

As informações são da Famato e do Só Notícias, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Parabéns pela iniciativa,porém a operacionalização desta é de suma importancia, caso fique no discurso a produção animal no MT estará fadada ao caos.