Esfriou: A reposição é um importante elo da cadeia da bovinocultura de corte, e fundamental para o andamento do ciclo pecuário. Os últimos meses se mostraram complicados para os produtores que vendem esses animais. Ao realizar-se uma comparação anual, todos os animais machos obtiveram queda em seus preços, o bezerro de ano, por exemplo, em março/16 seu preço médio era de 1.303,13/cab e em março/17 o valor médio foi de 1.113,87/cab, um recuo de 14,52% no ano. No boi magro a queda foi de 8,72% e a maior retração ficou com o bezerro desmama, caindo 15,64%. O fato é que o ano de 2016 já não foi dos melhores para o setor, e 2017 também não tem sido de “flores”, com o mercado interno desaquecido, o pecuarista que realiza engorda tende a ficar cuidadoso na hora de repor. O maior impasse são dos desacordos na hora da compra e venda, o que tem puxado esses valores para baixo, e com os últimos acontecimentos o mercado, que já estava “morno”, agora pode “esfriar”.
– O preço do boi gordo e da vaca gorda continua desvalorizando. Nesta semana a queda foi de 1,73% e 1,44%, com a arroba sendo comer- cializada a R$ 122,86 e R$ 118,59, respectivamente.
– O cenário atual no mercado do boi gordo, diante dos últimos acontecimentos, está impac- tando os preços na reposição. Na categoria bezerro de ano, a desvalorização semanal foi de 0,69%, cotado a R$ 1.105,95/cab.
– A escala de abate reduziu 0,51 dia, por causa da baixa movimentação por parte dos compradores e pelo fato de alguns frigoríficos estarem em férias coletivas.
– Pela segunda semana consecutiva todos os equivalentes registraram queda, a dificuldade no escoamento da carne no mercado interno tem contribuído para esse recuo.
PARTICIPAÇÃO POSITIVA: Nos últimos cinco anos, Mato Grosso aumentou em 123,74% a participação dos bovinos de até 24 meses no total abatido. Uma das principais motivações para tal evolução é o crescimento da preferência do mercado consumidor por proteína de animais mais jovens, tendo em vista que a apreciação da carne do novilho e novilha tem se tornado cada vez maior perante o consumidor, tanto o brasileiro quanto o internacional. Com o avanço da procura por carne bovina de animais mais jovens, o preço desta categoria é estimula- do, e há casos de remuneração da novilha por preço de boi gordo. Diante destes fatos, o pecuarista mato-grossense não só tem buscado acabar seus bovinos mais cedo em busca de uma melhor remuneração, como também tem colocado mais peso nestes animais, visto que o peso do novilho e da novilha aumentou 11,63% e 5,67%, respectivamente, desde 2012.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).