Na verdade, as pessoas gostam e almejam mudanças, desde que sejam para melhor e imediatas. Queremos ganhar mais, queremos passar um mês nas ilhas Maldivas, queremos ter uma empresa, queremos comprar outra empresa, mudar de ramo, queremos ser mais felizes, queremos isso, queremos aquilo.
No entanto, para conseguir esta melhora, há uma certa demanda de tempo e alguns passos devem ser dados em direção ao que se estabeleceu como objetivos. Estes passos consistem em mudanças mais lentas, e é justamente delas que acaba nascendo o medo.
Estas pequenas alterações de rotina causam insegurança, pois não se sabe ao certo onde acabaremos chegando. Nos dias de hoje, em constante mudança, este medo que o ser humano desenvolveu tende a ser uma desvantagem competitiva, seja profissionalmente, seja pessoalmente.
Espera-se que as mudanças para melhor sejam repentinas, sempre associadas à casualidade: loteria, mega sena, dinheiro extra na conta, herança de parente desconhecido, causas milionárias, enfim, conta-se com a sorte, que na verdade não existe.
O medo de ir em direção ao sucesso gera um problema maior que não atingir os objetivos. Com o mundo em mudança, e as pessoas com medo dela, perde-se, aos poucos, o padrão conquistado durante a vida. Essa é a desvantagem competitiva. A mudança é fundamental.
Na cultura brasileira estão arraigados alguns conceitos cujos principais são a espera que alguém resolva seus problemas, e a grande facilidade de acreditar em tabus sem nenhuma comprovação baseada em fatos e dados.
O problema com tabus é mais sério. Estas regras, muitas passadas de pai para filho, acabam influenciando no modo como se gerencia os negócios. As decisões passam a ser tomadas, ou deixadas de serem tomadas, com base em informações de origens desconhecidas ou que não são verídicas.
Para falar de tabu (paradigmas) nas apresentações do programa de Planejamento Estratégico, Gerencial e Operacional (PEGO) da Scot Consultoria, geralmente damos o exemplo de consumo do leite com manga. Até hoje nunca encontramos, nestas apresentações, alguém que tenha dito que beberia leite com manga.
Lembrando um outro paradigma que “não se mexe em time que está ganhando”, lembre-se que quando as regras do jogo mudam, o time tem que mudar também, seja jogando diferente, seja trocando algumas peças.
Quantas oportunidades são deixadas de lado por empresas apenas pelo hábito de se tomar decisões com base em regras pré-estabelecidas, por experiências antigas, fatos mal avaliados, experiência dos outros e, o que é pior, experiências que nem existiram.
Num mundo em mudança, não há nada mais incoerente do que evitá-la.
“A única certeza estável é a mudança constante.” Heráclito do Éfeso
Então, por que temê-las?