Edson Henrique Vera, leitor do BeefPoint, comentou o artigo Aftosa: vale a pena correr o risco de parar de vacinar?, de Miguel Cavalcanti.
Confira o comentário abaixo:
Fui um dos responsáveis por implantar em SC a retirada da vacinação contra a febre aftosa. Não é facil o processo, primeiro constatamos de que a vacinação ocorria efetivamente em menos de 30% das propriedades. Ocorreram vários focos e partimos para uma vacinação oficial denominada de “agulha oficial”.
Conquistamos junto com o RS o status na OIE de zona livre de febre aftosa com vacinação.
Vários focos ocorreram no RS e o governo estadual, respaldado em posicionamento técnico, fechamos as barreiras com o RS e não voltamos a vacinar, mesmo com a perda na época do status de zona livre .
Continuamos nossa situação como uma “ilha sanitária” entre RS e SC.
Hoje nossa situação é exemplar,porém conquistada com muito custo.
Lembro em uma reunião quando ainda vacinávamos de um questionamento de um diretor da agroindústria de “o que faríamos (nós, técnicos da CIDASC) após a retirada da vacinação. Quando informei de que vacinar é fácil porém o custo, a vigilância sanitária, a prevenção, seriam mais custosas e de ter uma eficácia muito grande.
Bem, quanto ao fato de RS e PR pretenderem retirar a vacinação:
1. Qual o grau efetivo de vacinação do rebanho (refiro-me a animais efetivamente vacinados)
2. Qual recurso aportado pelo governo para a defesa sanitária;
3. Qual o envolvimento efetivo dos produtores rurais;
4. Qual a colaboração da agroindústria.
Muito mais questionamentos podem ser feitos.
Porém, o que importa é que o vírus da febre aftosa diminuiu sua circulação. Os focos em SC, foram identificados como oriundos de duas formas:
– Vindos do Uruguai, Argentina e RS
– Vindos do MT, SP, MG, PR
Na época, devido ao transporte de animais destas regiões.
Finalmente, se não houver a participação efetiva Governo/técnicos/sociedade/agroindústria não vejo avanço.
Não existe risco ZERO em sanidade.
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