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No Brasil, recuperação de consumo de carne está em curso

Na contramão do que acontece com os vizinhos argentinos, os brasileiros estão consumindo mais carne bovina neste ano. Em meio à recessão e à menor oferta de bovinos, o consumo per capita de carne bovina chegou a cair fortemente no país, atingindo o menor patamar do século em 2016. De lá para cá, no entanto, a curva se inverteu. Com a maior oferta de gado – e dos abates – o consumo está se recuperando.

Estimativa da consultoria Athenagro, especializada em pecuária, aponta que no ano passado a disponibilidade per capita de carne bovina no país atingiu 39,88 quilos, 11,4% mais que os 35,81 quilos por habitante do ano anterior. Para 2018, a consultoria projeta avanço de 5,8%, para 42,21 quilos.

Os números da consultoria consideram os abates formais (aqueles em frigoríficos inspecionados nas esferas federal, estadual e municipal) e também informais, que ainda existem em razão de abates não fiscalizados por diferentes motivos – desde a sonegação, que cresceu no ano passado, até os abates de gado na fazenda para consumo próprio.

Para Maurício Nogueira, sócio-diretor da Athenagro, o crescimento do consumo de carne bovina neste ano é sustentado pela carne de frango, principal concorrente. “Esse aumento acontece justamente por conta dessa substituição, que é forçada porque o preço do frango subiu”, acrescentou ele.

Por causa das adversidades enfrentada pela avicultura brasileira neste ano – a atividade sofreu com embargos internacionais e preços da ração em alta -, as agroindústrias processadoras de aves cortaram a produção. Com isso, a oferta de carne de frango deve cair entre 2% e 3% neste ano, conforme a última estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Nesse cenário, a disponibilidade per capita de carne de frango no país deve cair 1,7% – de 45,2 quilos no ano passado para 44,4 quilos em 2018, de acordo com projeção divulgada em agosto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos números da Athenagro, a disponibilidade ainda aumentará ligeiramente (1,6%), saindo de 45,15 quilos por ano a 45,91 quilos. Esse aumento da disponibilidade ocorre mesmo com a queda da produção porque as exportações de frango estão em queda.

Fonte: Valor Econômico.

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