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No frigorífico, avaliação individual de animais

Nem sempre o animal que tem maior ganho de peso diário é que obtém melhor rendimento de carcaça na hora do abate. Para o frigorífico, o ideal é que os animais tenham um bom equilíbrio entre os porcentuais de osso, carcaça e músculo. Para chegar cada vez mais perto do que a indústria espera, os programas de melhoramento genético começam a usar técnicas de avaliação individual, e não em lotes, analisando as características de cada animal.

Dados valiosos de rendimento de carcaça de cada boi podem ser repassados a programas de melhoramento

Nem sempre o animal que tem maior ganho de peso diário é que obtém melhor rendimento de carcaça na hora do abate. Para o frigorífico, o ideal é que os animais tenham um bom equilíbrio entre os porcentuais de osso, carcaça e músculo. Para chegar cada vez mais perto do que a indústria espera, os programas de melhoramento genético começam a usar técnicas de avaliação individual, e não em lotes, analisando as características de cada animal.

“De maneira geral, a seleção genética de bovinos é baseada em peso”, explica o gerente de Produto da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Lucas Ferriani. Recentemente, diz Ferriani, é que se começou a falar em composição de peso, ou seja, qual o percentual do que é osso, carcaça e músculo. “Partindo disso, chegamos no objetivo da pecuária, que é produzir carne. Não adianta o animal ser muito pesado e ter muito osso. A melhor forma de chegar a esse objetivo é por meio da avaliação individual.”

De acordo com Ferriani, alguns programas de melhoramento genético já começam a buscar os resultados obtidos nos frigoríficos, nos programas de classificação de carcaça, para fazer o perfil destes animais. Depois, afirma o gerente da ACNB, estes dados voltam para o pecuarista. “Avaliamos o desempenho dos filhos dos reprodutores para confirmar se esses reprodutores são bons e, principalmente, se conseguem repassar sua genética para a prole.”

Para a professora de Melhoramento Genético Animal da Unesp Jaboticabal, Lúcia Galvão de Albuquerque, é importante levantar estes dados para formar uma base que permita, no futuro, a realização de avaliações genéticas. “A partir do momento em que a qualidade do produto passa a ter valor econômico, os programas de melhoramento terão de incluir estas informações individuais em seus índices de seleção”, explica.

A avaliação de carcaça individual é feita de duas formas: visual e com ultra-som. Apesar de ser subjetiva, a avaliação visual é a mais comum, segundo Lúcia, pois não gera custos. Na avaliação por meio do exame de ultra-som são observados dois pontos: a espessura de gordura de cobertura, para avaliar a terminação, e a área do olho do lombo, que avalia a musculosidade, a quantidade de carne. “Apesar de mais objetivo, o ultra-som é pontual e tem um custo. O ideal é aliar as duas técnicas”.

Alguns frigoríficos já fazem as avaliações individuais de carcaças e pagam mais pela arroba dos melhores animais. O programa de classificação do Independência, por exemplo, leva em conta itens como o sexo do animal, maturidade, peso e acabamento. A bonificação pode chegar até 4% do valor da arroba dos machos castrados e até 7% para as fêmeas. “Definimos qual o padrão de matéria-prima ideal para a indústria e bonificamos os produtos que atendem a esse padrão”, explica o gerente de suprimento de matéria-prima, Eduardo Pedroso.

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo/Seção Nelore

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