O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou mais um relatório mensal de oferta e demanda de grãos no país que corroborou o cenário já conhecido pelo mercado: há tempos as relações entre produção e consumo globais de milho, trigo e soja não são tão confortáveis.
O quadro mantém a pressão sobre as cotações internacionais dessas commodities, que também têm sido afetadas pela valorização do dólar em relação a outras moedas, inclusive o real. Má notícia para os exportadores, ainda que os brasileiros estejam sendo beneficiados pelo câmbio, mas sempre um alívio para os custos de alimentos e rações – e, consequentemente, para os índices inflacionários.
Para o milho, o USDA elevou sua previsão para a colheita em 2014/15 para 991,92 milhões de toneladas, pouco mais de 2,2 milhões de toneladas acima do projetado em março e volume recorde, 0,3% superior ao do ciclo 2013/14. Como o órgão reduziu sua estimativa para a demanda mundial na temporada,a conta para os estoques finais ganhou quase 3,2 milhões de toneladas, que passaram a ser dimensionados em 188,46 milhões, 10,3% mais que na safra passada. As estimativas do USDA para produção e embarques do Brasil no ciclo atual foram mantidos em 75 milhões e 20,5 milhões de toneladas, respectivamente.
No caso da soja, a projeção para a produção global ganhou 400 mil toneladas em relação ao quadro pintado em março e chegou a 315,46 milhões de toneladas, ao passo que a demanda foi inflada em 420 mil toneladas e agora está estimada em 288,92 milhões. Em resumo, estoques finais em 2014/15 de 89,55 milhões de toneladas, um expressivo incremento de 35% na comparação com a safra 2013/14.
Na soja, o Brasil encerrará a temporada atual como o segundo maior exportador do mundo, atrás dos EUA.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.