Frente a uma suculenta picanha, às vezes é difícil lembrar que a pecuária é atualmente uma das principais atividades ligadas ao desmatamento, trabalho escravo, queimadas e doenças alimentares no Brasil. Mas é possível, sim, continuar consumindo carne, porém de uma forma consciente, que não seja conivente com esses danos escondidos ao consumidor e, ao mesmo tempo, motive o surgimento de um setor mais sustentável.
Para isso foi criado o movimento “Do pasto ao prato”, idealizado por um grupo de cientistas de vários países que, através da iniciativa Trase.Earth, busca melhorar a transparência das cadeias alimentares, de forma que os consumidores tenham a compreensão exata do impacto de suas escolhas individuais para o meio ambiente e o futuro do planeta.
Para que cada cidadão consciente possa exercer efetivamente esse controle sobre a origem da carne e possíveis riscos ambientais embutidos, a equipe desenvolveu um aplicativo, disponibilizado ao público em sua versão beta, neste mês de agosto, e disponível para Android no Google Play, e em breve para iOS, na App Store.
Futuramente, o projeto piloto adotado no Brasil será estendido a outros países e produtos, como a carne de frango e de porco.
Como funciona o app Do Pasto ao Prato?
O app Do Pasto ao Prato atua para desvendar as cadeias de abastecimento complexas, através de duas ações principais:
1) Disponibilizando informações ao consumidor, sobre a origem e impacto do produto ao meio ambiente, apoiado nas escolhas informadas na ponta de compra;
2) Gerando um banco de dados públicos sobre o fluxo de produtos dentro do país, da origem até a ponta de venda.
Para chegar a essas informações, o aplicativo trabalha com dados disponibilizados publicamente sobre o setor agropecuário brasileiro. O principal indicador é o número de multas pagas pelo frigorífico de onde a carne se origina, aplicadas pelos órgãos fiscalizadores em razão de desrespeito às normas de higiene e/ou bem-estar animal, durante o abate, processamento e armazenamento.
Fonte: Tecmundo.