Nutrientes limitantes em solo de pastagens degradadas

O principal motivo da degradação de pastagens é o excesso de lotação animal. A alta carga animal, relativa a uma determinada pastagem, associada à baixa fertilidade do solo nas áreas tropicais, promove sua degradação, evidenciada pela redução da produtividade vegetal e aumento da infestação de daninhas. A partir desse momento, onde a fertilidade do solo chega a níveis extremamente baixos, a limpeza das pastagens e a queima não são mais suficientes para a recuperação dessas áreas. Assim, dois procedimentos podem ser adotados: a reforma tradicional com o preparo do solo e semeadura, ou apenas a recuperação química.

A definição pela reforma tradicional ou apenas pela recuperação química está relacionada ao grau de infestação de plantas daninhas e ao tipo de daninhas. A recuperação química é interessante sempre que a densidade de daninhas for baixa e, também, quando não há ocorrência de plantas arbustivas. Entretanto, mesmo em níveis de infestação alto, quando as principais plantas invasoras são de fácil controle químico, a recuperação química associada ao controle de daninhas é mais vantajosa.

A recuperação da fertilidade do solo em áreas de pastagens degradadas tem sido estudada e executada na prática. Porém, nem sempre se evidenciando os nutrientes limitantes.

Um trabalho conduzido na região de Porto Velho – RO por pesquisadores da Embarra Rondônia teve como objetivo a definição do nutriente limitante em áreas de Branquirão degradadas (Townsend et al., 2001). A área implantada há cerca de oito anos, apresentava-se degradada devido ao baixo vigor da gramínea, baixa disponibilidade de forragem e predominância de plantas invasoras (30 a 50% da cobertura do solo). A análise química inicial do solo se apresentava da seguinte forma: pH 4,9; Al 0,49 cmol/dm3; Ca + Mg 2,70 cmol/dm3; P 1,33 mg/Kg; K 23,4 mg/Kg, MO 20,4 mg/Kg. Adotou-se um delineamento experimental de blocos casualizados com quatro repetições, sendo utilizado a técnica de diagnose por subtração (elemento faltante), com os seguintes tratamentos:

T1 – Completo
T2 – Completo – N
T3 – Completo – P
T4 – Completo – K
T5 – Completo – S
T6 – Completo – Calagem
T7 – Completo – Micronutrientes
T8 – Controle

A calagem visou elevar a saturação para 40%. As doses (kg/ha) e os adubos utilizados foram: 120 kg de N (uréia), 100 kg de P2O5 (superfosfato triplo), 100 kg de K2O (cloreto de potássio), 50 kg de S (enxofre elementar) e 30 kg de FTE-BR 12. Após a roçagem da área os fertilizantes foram aplicados, sendo que a uréia foi parcelada em três vezes e o potássio em duas vezes. Foram avaliados a disponibilidade de forragem em matéria seca, a cobertura do solo e a altura das plantas, sendo que no momento será retratada apenas a produção de MS.

Houve efeito significativo da correção e adubação do solo (T1) sobre o rendimento de matéria seca da gramínea. Porém, os tratamentos 2, 3, 5, 6 e 7 foram semelhantes em relação à produção de matéria seca, não diferindo da testemunha e do tratamento completo. O elemento que mais promoveu redução de produção no Braquiarão foi o K, pois o T4 apresentou produção de MS semelhante à testemunha (T8).

Numericamente, a retirada da calagem foi a que menos respondeu à produção de MS, enquanto que, excluindo o T4 (retirada do K) a retirada do N foi a que menos incrementou a produção de MS comparativamente à testemunha.

Figura 1- Produção de matéria seca para cada tratamento, média de cinco avaliações, as médias de mesma letras não diferem entre si (Tukey a 5%)

Comentário BeefPoint: Esse trabalho demonstra a menor resposta na recuperação de pastagens quando não se usa fertilizantes nitrogenados. Também, mostra respostas muito baixas quando do uso de calagem. Ainda, ratificando o que foi colocado no texto anterior, respostas maiores para o uso de nitrogênio comparativamente ao fósforo. A maior resposta ao potássio nesse trabalho não é comum, mesmo o solo tendo valores muito baixos.

Referência bibliográfica:

Townsend, C.R.; Costa, N.L.; Mendes, A.M.; Pereira, R.G.A.; Magalhães, J.A. Nutrientes limitantes em solos de pastagens degradadas de Brachiaria brizantha cv. Marandu em Porto Velho – RO. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., Fortaleza, 2001, Anais. Piracicaba, SBZ, 2001. p.158-159.