Assisti de longe como foi a grande ofensiva brasileira em Bruxelas, junto aos euro-parlamentares, para desarmar as ameaças sobre possíveis embargos para a carne brasileira pela União Européia, tão calorosamente defendidos principalmente pelos ingleses e irlandeses. Para mim, o pulo do gato vai ser o alinhamento e comprometimento dos poderes municipais, estaduais e federais com respeito à sanidade e a rastreabilidade animal, junto com os elos da cadeia de carne bovina, sendo os produtores do gado e as indústrias frigorificas os maiores expoentes. Também é necessário que cada um assuma de vez a sua responsabilidade em vez de ficar escondido atrás de certificadoras, Mapa etc.
Assisti de longe como foi a grande ofensiva brasileira em Bruxelas, junto aos euro-parlamentares, para desarmar as ameaças sobre possíveis embargos para a carne brasileira pela União Européia, tão calorosamente defendidos principalmente pelos ingleses e irlandeses.
Choveram convites para que os euro-parlamentares viajarem para o Brasil e para visitarem qualquer um das propriedades inscritas no Sisbov, que são habilitadas para fornecer a matéria prima para exportação.
Pelo jeito o Mapa vai ter que fornecer GPS-Teleguiados, roteiros e óculos que somente permitam ver como nós estamos cumprindo bem todas as regras da União Européia, e os bois ficarão durante estas visitas num país de mil maravilhas onde os frigoríficos, certificadores e governo contarão os seus respectivos contos de fadas.
Pelo que li, o único governante que está começando a entender onde o calo está doendo é o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi que, tão logo após o seu retorno da festa brasileira lá fora, marcou uma reunião no fim do mês com os pecuaristas do seu estado e praticamente falou que se o Mato Grosso quer assegurar o seu lugar como produtor e exportador de produtos da cadeia de carne bovina, precisa que os fazendeiros comecem a fazer a sua parte, em termos de sanidade, segurança sanitária e rastreabilidade animal; só falta ainda convidar os frigoríficos, as certificadoras e o Mapa.
Para mim, o pulo do gato vai ser o alinhamento e comprometimento dos poderes municipais, estaduais e federais com respeito à sanidade e a rastreabilidade animal, junto com os elos da cadeia de carne bovina, sendo os produtores do gado e as indústrias frigorificas os maiores expoentes.
Também é necessário que cada um assuma de vez a sua responsabilidade em vez de ficar escondido atrás de certificadoras, Mapa etc.
Um sistema inteligente e transparente de classificação de carcaça e o pagamento correspondente, incluindo a rastreabilidade via Sisbov obrigatório, devem melhorar as relações entre as indústrias e os fornecedores de gado que são, infelizmente, ainda até hoje em grande parte baseados na desconfiança e ganância.
Uma grande campanha para popularizar e principalmente renumerar a inclusão no Sisbov junto com as indústrias frigoríficas e produtores de gado deve ser lançado com um slogan tipo: “O Boi rastreado vai ter a carcaça classificada”. Linkando de vez o rastreamento com a classificação de carcaça como condição “sine qua non”, e punindo financeiramente e de maneira significativa quem abate o gado não rastreado.
O governo tem a faca e queijo na mão e pode também através de impostos estimular os produtores de gado a rastrear o seu rebanho e cobrar impostos adicionais dos frigoríficos e fornecedores que abatem gado sem rastreamento, porque assim todo mundo ganha e ninguém perde, só vai perder quem quer.
0 Comments
Concordo em gênero e número com o texto do Sr. de Geer. Diria ainda mais, aproveitando as palavras do texto “O governo tem a faca e a carne na mão” e não deve perder esta oportunidade de estruturar-se e fixar posição como líder mundial de exportação de carne bovina.
Parabéns pelo artigo, simplesmente objetivo e direto.
Precisamos ter a iniciativa e correr atrás do prejuízo antes que seja tarde demais, só para lembrar, aqui em Rondônia os produtores estão desistimulados em dar continuidade no rastreamento (propriedade certificada), pois tem uma abertura do ministério onde podem abater os animais no Modelo B como sendo rastreados.
Até quando irá funcionar só Deus sabe.
O modelo B é mais rápido, enquanto o rastreamento normal você demora 90 dias para abater os animais. Será que teremos propriedades certificadas suficientes para atender o mercado da UE?
Como o Sr. disse só vai perder quem quer, pois quem fizer a lição de casa só tem a ganhar.
Um forte abraço e sucesso.
Sr. Louis Pascal de Geer, acredito sim que o governo está como o Sr menciona, com a faca e o queijo na mão, mas não está na hora de os produtores (pecuaristas) tomarem conta do seu próprio negócio. E eles sim decidirem o que querem fazer, não sendo punidos por uma exigência de mercado, e o governo punindo ainda mais o seus produtores, já pune com as más conservações de estradas e o desrespeito perante ao não assumir os seus compromissos de governo. Teria sim que ter regras claras para o Sisbov, e não ficar com esse desmando. No que diz respeito aos frigoríficos, está na hora de assumir uma posição de parceiro, e não como está, ditando sempre suas regras, e impondo as suas condições. Do contrário vai ter que comprar, mais plantas frigorificas fora do pais, por que aqui, não vai ter matéria prima para suas industrias. Tenho, todo o meu rebanho controlado e certificado pelo novo Sisbov, mais uma vez.
Resposta do autor:
Caro Fernando,
Muito obrigado pelo seu comentário e parabenizo você por ter o seu rebanho controlado e inscrito no novo Sisbov e por isto você mereceria como os demais companheiros pecuaristas um tratamento muito melhor e transparente por parte dos frigorificos e outros compradores de gado.
Precisamos levantar a cabeça e lutar para ter um situação de ganha-ganha na cadeia de carne bovina e o governo tem a obrigação de ajudar nisto. Concordo com você que o melhoramento da infra-estrutura é crucial para quem trabalha neste país.
Um forte abraço,
Louis.
Caro Louis,
Também tenho a mesma visão vossa no que diz respeito a realidade da cadeia produtiva bovina atual, infelizmente há enormes limitantes que vão desde caixas 2 (ex. boi gordo do Renan C. em julho/07 foi comprado por R$ 9000), passando pela questão ambiental (1 hambúger de 100 g bovina consome 2000 litros d´água para ser produzido) até o analfabetismo da nossa mão de obra.
Diante disto acredito muito na classificação e tipificação de carcaças, apesar de muitos produtores interpretarem esta técnica como a padronização que ocorreu em suínos e aves, que retirou muita gente do mercado e apenas colaborou no lucro de indústria via automação. Porém a popularização do Sisbov e de tipificações, não devem provocar mais despesas aos produtores rurais, estes vendem seu produto cada dia mais barato e os consumidores comprando cada dia mais caro.
Aqui no MT a ações governamentais para a pecuária são um desastre, se esperarmos vontade política de quem quer que seja, passamos fome!
Resposta do autor:
Caro Breno,
Muito obrigado pela a sua carta e tambem pelas razões que você mencionou, quero crer que está na hora de acabar com esta festa de sonegação, caixa 2 etc. Nemhuma atividade legal sobreve com estes jeitinhos.
A pecuária brasileira, para poder se sustentar, vai ter que ser profissionalizada e assim podemos ser também o melhor produtor de carne do mundo que vai ter como resultado um maior distribuição de receitas na cadeia produtiva em vez de ficar preso com um elo só.
Um abraço,
Louis.
Quando o Sisbov foi lançado, falava-se em bonificação dos animais rastreados. O que se vê na prática é a utilização do rastreamento para penalizar o produtor.
E dou um exemplo simples: há mais de um mês, aqui no estado de MS, os pequenos frigoríficos estão pagando o mesmo preço (ou às vezes até mais)que os frigoríficos exportadores, sem exigir nenhuma rastreabilidade. Mesmo assim caso você abata seus animais nos grandes exportadores e tiver algum animal penalizado por problemas do DIA ou brinco perdido, ele penaliza com R$3,00 de prejuízo por @.
Por que?
Nem eles sabem direito. Justificam que é a norma da diretoria, mas sabem que não precisavam, pois nossa carne não está sendo mandada para a Europa.
Se quisermos estreitar a relação de produtor/indústria, é necessário uma via de dois sentidos, e não só o produtor fazendo a sua parte.
Olha concordo das carcaças dos animais rastreados serem tipificadas, só que todos nós sabemos que ainda é pouco o controle do rastreamento dos animais. Na maioria das vezes os fazendeiros rastream os animias antes do embarque.
Mas fazendo tudo certinho e tendo um bom controle, nada melhor que tipificar as carcaças dos animais que possuem carcaça para ser exportada para o mercado ecterno que é muito exigente.