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O Brasil continuará sendo o país do futuro?

Em 2012, a economia brasileira cresceu a uma taxa anual de 7,5%, enquanto o México cresceu em quase 2%. Já em 2012, enquanto a economia brasileira está se arrastando a uma taxa de 1,9%, a economia mexicana deverá crescer em 3,9%.

A questão se a economia mexicana poderá um dia retomar o topo dentre os países latino americanos novamente vem se tornando interessante. Em 2010, muitos pensavam que isso estava resolvido. A economia brasileira, mais que o dobro do tamanho da mexicana, cresceu a uma taxa anual de 7,5%, enquanto o México cresceu em quase 2%. Que diferença fizeram dois anos. Enquanto a economia brasileira está se arrastando a uma taxa de 1,9% até agora em 2012, a economia mexicana deverá crescer em 3,9%. Se essa tendência continuar, alguns calculam que a economia mexicana ultrapassará à brasileira em 2022.

Um dos que acreditam nisso é Benito Berber, estrategista da Nomura na América Latina. Em um relatório recente, Berber apresentou previsões sobre o México e o Brasil, com resultados impressionantes:

Solow divide fatores que contribuem para o crescimento econômico em três categorias: capital humano (ou níveis de habilidade dos trabalhadores), capital físico e produtividade total dos fatores, que é essencialmente um resíduo que considera o crescimento restante, inexplicado. Entre 2000 e 2010, o México ficou atrás do Brasil em termos de capital humano graças à competição da mão de obra chinesa, atraso na educação e reformas incompletas no mercado de trabalho. Isso foi amplificado por uma emigração firme para a América. Em contraste, o Brasil se beneficiou da “formalização” do mercado de trabalho, à medida que 40 milhões de brasileiros entraram na classe média na última década. Um boom de commodities levou a grandes investimentos no Brasil, levando seu PIB de 15% a 19%. A dependência do México da economia da América e o setor de industrialização bastante exposto à China levaram a ganhos decepcionantes do acúmulo de capital físico e produtividade total dos fatores.

Ainda, apesar de começo no milênio, as coisas estão avançando para o México nas três medidas de Robert Solow. Primeiramente, os altos custos de industrialização na China estão melhorando a competitividade e o ambiente de demanda para as processadores mexicanas. Segundo, o Brasil pode se tornar muito dependente do crescimento liderado por commodites. Embora o fornecimento de recursos ao setor de commodities tenha permitido que o Brasil explorasse vantagens competitivas, muitos agora vêem oportunidades limitadas para melhorar a produtividade total dos fatores, algo que é normalmente limitado à industrialização.

Apesar de o Brasil ter tido uma forte reforma governamental liderada por Fernando Henrique Cardoso nos anos noventa, a última década tem tido custos crescentes de bem-estar ao invés de reformas adicionais. No México, em contraste, o recentemente reinstituído PRI, partido de centro-direita, prometeu continuar com as reformas realizadas no Governo anterior.

Berber concluiu que sob um baixo crescimento estimado para o Brasil e um alto crescimento estimado para o México, os países cruzarão os caminhos econômicos em 2022 (gráfico). Isso, claro, é altamente especulativo; a previsão de uma década para frente é notoriamente difícil. Embora esses resultados pareçam razoáveis, são notáveis, dada a sabedoria convencional de poucos anos atrás.

Se a economia mexicana vai um dia superar a brasileira, seria uma vantagem para as economias liberais durante uma abordagem mais estatista do Brasil. Entretanto, não se deve esperar que o Brasil desistirá do topo facilmente. De fato, uma rivalidade amigável pode beneficiar as agendas de reformas de ambos os países.

A reportagem é da revista The Economist, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Paulo Cesar Bastos disse:

    O futuro para o Brasil é hoje e agora. Não podemos perder o expresso do progresso.

    O Brasil precisa ser o país do presente, aprimorando, cada vez mais, a estratégia desenvolvimentista com a interiorização do progresso e redução dos desníveis regionais. Recessão nunca mais. Inovar é preciso e empreender é fundamental.

    A chamada crise financeira mundial, do momento, foi de especulação e não de produção. Aí está a nossa vantagem, o nosso diferencial. Terras, climas variados e uma população jovem, precisando, no entanto, de melhorias na educação de modo a garantir a nossa provisão interna e o excedente para a exportação.

    Importa, também, fomentar a aplicação das inovadoras ferramentas para o desafio da globalização, os Cinco Caracteres da Competitividade, os 5C:
    Capacitação.
    Cooperação.
    Comunicação.
    Compromisso.
    Confiança.