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O elemento “X” nas equipes rurais

Por Cláudio José Ravanini1

O estudo e a observação das características humanas relacionadas ao desempenho profissional, é um assunto complexo e extremamente fascinante. Muitos dizem que estamos vivenciando a “Era da Informação”, onde estar informado sobre tendências, conceitos, técnicas, práticas e cenários, seguramente nos dá mais condições para se alcançar resultados positivos.

Vamos além, podemos dizer que a informação é um artigo rico e perecível, como um peixe, a partir do momento em que se retira da água, se não for dado o destino correto, perde-se. Por que não dizer então que estamos entrando na “Era do uso da informação”, pois não basta ter e sim saber como e quando utilizá-la.

As empresas rurais se apresentam hoje em uma formação de guerra em ambiente difícil e hostil, ora propiciado por desordens no clima, ora influenciado por falta de estratégia, ora limitado pela falta de recursos, pela escassez de generais geniais, ou pelo baixo contingente de soldados bem treinados e bem pagos.

Mas onde, ou melhor, como se descolar das dificuldades e transforma-las em oportunidades? Muitos querem, obviamente, mas poucos podem… Segredos, talvez não, ação coordenada? Certamente.

Se as velas não são capazes de empurrar o barco, será necessária a ajuda dos remos e dos remadores. Remadores que sejam selecionados por um bom capitão, que saibam participar da cadência das remadas, sendo fortes em valores, talentos e otimismo, sonhando e acreditando que no final do horizonte exista “terra firme”, mas sempre remando com determinação e precisão para levar o barco ao destino proposto. Seria oportuno falar sobre o capitão, que este conheça seus homens, desde seus valores até seus defeitos, e os saiba conduzir de maneira firme e justa, não só na calmaria, mas por desafio, na tempestade.

Embora a informação e o conhecimento sejam importantes, o desconhecimento é mais crítico, pois através dele corremos o risco de fracassar. O desconhecimento das equipes, com suas características, necessidades e potencial, fatalmente produzirá uma mistura corrosiva com riscos de implosão, a curto, médio e longo prazo na empresa e nos integrantes dela.

Trabalhos de pesquisa recente em propriedades agrícolas de várias regiões do Estado de Mato Grosso, somam uma área em estudo de mais de 250 mil hectares e evidenciam o “Raio-X” da mão-de-obra rural. Foram estudadas 24 características que compõem a força de trabalho, desenhando assim todo o universo da mão-de-obra rural, que considera desde a parte humana, indo pela participação desta nas metas da empresa, passando pelo nível de habilidades e conhecimentos e finalizando com a visão da empresa vista por seus colaboradores.

É incrível observar o índice de influência gerado por cada setor ou cargo da equipe, os riscos produzidos se algo não se encontra bem, e o comprometimento econômico da atividade devido ao baixo desempenho. Também é interessante observar que em muitos dos cargos dentro do organograma das empresas rurais, o nível de escolaridade é baixo evidenciando mais cuidados a serem tomados na integração e funcionamento das equipes.

Em resumo, a “Era do Uso da Informação” nos auxilia na aproximação do planejado com o realizado, percorrendo o caminho desde a “alta administração” até chegar ao “piso da fábrica”, tudo visando e congregando vários objetivos em um só: produzir mais e cada vez melhor.

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1Cláudio José Ravanini, Médico Veterinário com MBA em Gestão de Negócios pela UNIC-Cuiabá-MT, Consultor em Sistemas de Melhoria Contínua do Capital Humano

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