Para muitos, o meu artigo (A pujante agricultura goiana) tratou-se de um paradoxo frente à crise que se instalou nos últimos anos na agricultura brasileira. Por esse motivo, pelo abatimento, pela falta de perspectiva e esperança de muitos produtores rurais é que resolvi tratar do agronegócio goiano de forma positiva e otimista, e é o que farei hoje, novamente, com números que demonstram com muita clareza esse vigoroso setor que o Estado de Goiás detém.
Não posso, no entanto, antes de apresentar um conjunto de novos dados, deixar de registrar que apesar de toda a numerologia positiva a ser apresentada, a crise está presente, principalmente na forma de seguidas perdas de renda dos produtores rurais e no comprometimento da continuidade desses trabalhadores em suas atividades.
Os principais motivos que contribuem para o cenário negativo no setor são as altas taxas de juros, o câmbio desfavorável, quebra de safra e piora nas relações de trocas comerciais com o exterior, conforme indiquei no artigo anterior. Some-se a tudo isso, a violenta alta no preço dos insumos agropecuários, clima desfavorável, ataque de pragas e a precária infra-estrutura do País.
Também, como já afirmei aqui no BeefPoint, não me deixo abater pelas adversidades e procuro, mesmo em franca crise, apresentar dados sobre o pujante agronegócio do estado de Goiás, em particular neste artigo do setor exportador.
O agronegócio do estado ainda continua segurando a “peteca” da economia. Se não, vejamos: nos quatro primeiros meses deste ano, se comparado “vis-a-vis” o mesmo período do ano passado, a balança comercial do agronegócio goiano registrou um aumento da ordem de 94,2%, saltando de US$ 232 milhões, em 2005, para expressivos US$ 450 milhões em 2006.
Várias cadeias produtivas do agronegócio contribuíram para este avanço. Nada igualável, porém, quanto à alta capacidade do produtor goiano, sua disposição e criatividade para superar crises passageiras, por mais longas que elas pareçam ser.
Para que o “paradoxo” não perdure, é bom que se tenha claro não somente a evolução global do agronegócio goiano, mas também a pontual.
Sempre tendo por base os primeiros quadrimestres de 2005 e 2006, verifica-se o seguinte comportamento das principais commodities exportadas pelo Estado: aumento de 213,8% nas exportações de animais vivos, 156,62% nas exportações de carne bovina, incremento de 8,16% nas exportações de carne de frango, redução de 14,55% nas exportações de carne suína, acréscimo de 91,39% nas exportações de algodão, queda de 7,51% nas exportações de café, redução em 55,65% nas exportações de açúcar, expressivo crescimento de 45,76% nas exportações de soja e, finalmente, 19,65% de queda nas exportações de milho.
Os números são expressivos e demonstram, claramente, que o estado de Goiás leva a termo seu compromisso com o agronegócio brasileiro e está disposto a contribuir, de forma cada vez mais intensa, com o crescimento econômico do país, e seu próprio.
Resultados como esses geram, entre outras, as seguintes contribuições sociais: I) a manutenção do saldo comercial recorde; II) queda da inflação; III) estabilidade da cesta básica; IV) desconcentração regional; V) empregos em cidades de pequeno porte – como ocorre em Goiás; e VI) maior renda para a população.
Diante deste quadro, posso afirmar: o Brasil precisa do estado de Goiás para crescer e Goiás está pronto para atender a demanda brasileira.
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Gosto muito deste nosso estado de Goiás e folgo em saber desta alvissareira notícia, haja visto que até agora só percebia o chicote no lombo. Vamos torcer para que estas boas notícias sejam sentidas de perto por nós produtores.
Sérgio Marchió
Mineiros – GO