Mercado Físico da Vaca – 18/08/10
18 de agosto de 2010
Mercados Futuros – 19/08/10
20 de agosto de 2010

Oferta reduzida sustenta valorização da arroba do boi gordo

Nesta semana o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve alta de 2,16%, sendo cotado a R$ 89,47/@ na última quarta-feira. O indicador a prazo foi cotado a R$ 90,59/@, acumulando valorização de 2,59% durante a semana. Estamos observando variações positivas nos preços da arroba em praticamente todas as principais regiões pecuárias do país, que tem sido motivadas pela oferta restrita e dificuldade em efetivar negócios nos patamares atuais de preços.

Nesta semana o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista teve alta de 2,16%, sendo cotado a R$ 89,47/@ na última quarta-feira. O indicador a prazo foi cotado a R$ 90,59/@, acumulando valorização de 2,59% durante a semana (11/08 a 18/08).

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Mercado físico

Estamos observando variações positivas nos preços da arroba em praticamente todas as principais regiões pecuárias do país, que tem sido motivadas pela oferta restrita e dificuldade em efetivar negócios nos patamares atuais de preços. Compradores relatam que diante desta situação está difícil completar escalas e algumas plantas já trabalham com maior ociosidade ou anunciam férias coletivas.

Diante da seca e do frio o volume de animais terminados a pasto que está sendo negociado no momento é bastante reduzido e com os preços altos das categorias de reposição, principalmente o boi magro, a expectativa é de redução no número de animais confinados, fator que somado ao aquecimento do mercado da carne deve continuar sustentando os preços da arroba.

O leitor do BeefPoint, Paulo Eguchi, de Paulo Eguchi Valparaíso/SP, comentou, “os frigoríficos frearam os preço do boi gordo até o final julho e forçaram os invernistas desovarem o boi na faixa de R$80,00/@. Ao meu ver o gado gordo terá uma alta significativa devido a escassez de oferta”.

Segundo Carlos Eduardo Ferreira, em Goiânia/GO, os frigoríficos estão pagando R$ 82,5/@ e a arroba da vaca é cotada a R$ 80,00. Ubyrajara de Paula Junior, afirma que em Rio Verde/GO, frigoríficos já pagam R$ 83,00/@ à vista.

O leitor do BeefPoint, Antonio Pires Braga Júnior, comentou através do formulário de cotações do BeefPoint que no Norte de Minas Gerais a arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 78,00. “O máximo que consegui, foi em um frigorífico de Belo Horizonte, à R$80/@, no peso vivo”, completa Braga Júnior.

João Batista de Sousa Junior, informou que em Matupá, região norte do Mato Grosso, a arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 74,00, para pagamento à vista.

Segundo Arnaldo de Campos, Presidente do Sindicato Rural e Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Cotriguaçu/MT, “aqui na minha região (Noroeste e Norte de MT), está uma vergonha o cartel formado por apenas duas empresas frigorificas, JBS e Marfrig, eles tem a coragem de pagar a um produtor que cria o bezerro e engorda um boi com todas as dificuldades que essa região oferece, apenas R$72,00/@. Nossos produtores estão muito preocupados com o monopólio, estamos sem saber o que fazer”.

O leitor do BeefPoint, Carlos Antonio Vieira da Costa Junior, de Paranavaí/PR, comentou que na sua região a arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 87,00, com prazo de 30 dias e a vaca gorda vale R$ 80,00/@. Segundo Laerson Pietrobon, no município Palmital/PR, já se fala de boi a R$ 85,00 à vista. “Na próxima semana nos aproximamos do um final do mês, se as vendas forem boas haverá grande procura por gado gordo”.

Roberto Moraes, de Colorado do Oeste/RO, informou que os frigoríficos de de Vilhena e Chupinguaia estão pagando R$ 76,00@ do boi gordo, à vista e livre de impostos.

O leitor, Antonio Moreira Gonçalves de Melo, de Bom Conselho/PE, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região corretores já estão comprando lotes de boi gordo à R$ 82,00/@, com prazo de 15 dias.

Em Redenção/PA a arroba da vaca está valendo R$65,00 (à vista), segundo o leitor do BeefPoint, Frederico Medeiros de Souza.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Mercado futuro

Na BM&FBovespa os contratos de boi gordo também registraram alta durante a semana. O primeiro vencimento, agosto/10, acumulou alta de R$ 1,90, fechando a R$ 89,71/@ no pregão da última quarta-feira. Os contratos que vencem em outubro fecharam a R$ 90,34/@, com variação positiva de R$ 1,97.

A maior valorização foi registrada para os contratos que vencem em setembro/10 que fecharam a R$ 89,92/@, acumulando alta de R$ 2,38 na semana.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 11/08/10 e 18/08/10

Atacado

Segundo o Boletim Intercarnes, as ofertas de carne com osso apresentam volumes mais retraídos do que se verificava no início da semana frente as menores escalas de abate. A demanda se mantém apenas regular, mas o mercado segue enxuto e especulativo. Os preços do atacado seguem firmes e em alta. O mercado de carne desossada trabalha com preços firmes, ofertas fracas e procura mais ativa.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,70, o dianteiro a R$ 4,70 e a ponta de agulha a R$ 4,40. O equivalente físico registrou alta de 0,23% na semana, sendo calculado em R$ 84,32/@ na última quarta-feira. O spread (diferença) entre indicador e equivalente subiu, ficando em R$ 5,16/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Reposição

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 663,72/cabeça, com variação negativa de 2,65% no período analisado (11/08 a 18/08). Em relação aos valores apurados no mesmo período do ano passado, a cotação do último dia 18 de agosto está 8,93% maior.

Diante das variações registradas para o indicador de boi gordo e bezerro, a relação de troca melhorou, ficando em 1:2,22.

Gráfico 3. Relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

Resultados do 2º trimestre

Nesta semana, os frigoríficos que têm ações listadas na BM&FBovespa divulgaram os relatórios dos resultados obtidos no 2º trimestre.

A JBS informou que teve lucro líquido de apenas R$ 3,7 milhões no período, 97,1% a menos do que em igual intervalo de 2009. “A demanda por capital de giro, bem como o impacto da volatilidade cambial durante o trimestre, foram as principais causas desse recuo no lucro”, disse a diretoria da empresa.

Segundo o presidente da JBS, Joesley Mendonça Batista, a empresa respondeu por 50% das exportações de carne bovina do Brasil no período. Uma participação que limita crescimento dessa fatia no futuro, e prevê maiores possibilidades de avanço nos Estados Unidos, especialmente com sua unidade de frangos. “No Brasil chegamos a 50% no market share. Saímos de 37% para 50%. Nos EUA, tem bastante ainda a aumentar. A Pilgrim´s tem um forte plano de retomada, a gente já anunciou a reabertura de três plantas, temos mais duas para serem reabertas”, declarou.

Batista ainda negou que o JBS seja favorecido pelo BNDES. “É o maior absurdo dizer que nos escolheu. Espera aí, quem comprou a Swift fomos nós. Então ele tem que nos financiar, não outro. Quem comprou a Pilgrim´s fomos nós, não foi a Brasil Foods. Se fosse a Brasil Foods, financiaria a Brasil Foods.”

A Marfrig Alimentos S.A. informou um lucro líquido de R$ 127,4 milhões no segundo trimestre deste ano. A cifra é 68,5% inferior quando comparada aos R$ 405 milhões vistos um ano antes. No entanto, a companhia lembra que o desempenho do segundo trimestre de 2009 foi influenciado por ganhos de R$ 502,6 milhões decorrentes do impacto da variação cambial sobre o resultado financeiro.

A Marfrig ressaltou que fechou o período com o nível mais elevado de utilização da capacidade de abate de bovinos no Brasil no passado recente. De acordo com o diretor de operações, James Cruden, apesar da oferta apertada de animais para abate, por causa da entressafra “rigorosa”, a empresa tem conseguido adquirir gado. No segundo trimestre, a Marfrig abateu 621,4 mil bovinos, 14,6% mais do que no primeiro trimestre. Consideradas todas as plantas em operação, a utilização de capacidade foi de 61,2%. A meta, segundo Cruden, é atingir 70% em 60 a 90 dias, apesar da oferta apertada, que eleva os preços do boi e limita operações.

O Minerva apresentou um prejuízo líquido de R$ 17,5 milhões no período, que foi ocasionado pelo resultado negativo da variação cambial sobre a dívida denominada em dólares.

A diretoria da empresa ressalta que encerrou o trimestre como referência do setor em utilização da capacidade atingindo 80%. “Inauguramos neste trimestre a unidade de Campina Verde/MG, iniciamos a fase pré-operacional de Rolim de Moura, e batemos o recorde de abates com 372 mil cabeças”.

A BRF-Brasil Foods registrou lucro líquido de R$ 132 milhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 72% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o resultado ficou em R$ 476 milhões. Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Leopoldo Saboya, a retração deve-se ao impacto da variação cambial sobre o resultado financeiro da companhia.

A Brasil Foods acredita que haverá um aumento na demanda da Rússia por importações de alimentos como carnes após a forte seca que atingiu o país e que reduziu a produção de matérias-primas para a indústria de ração animal.

Qual a importância da ajuda do Governo aos pequenos e médios frigoríficos?

Começa a se desenhar no Governo a intenção de fornecer maiores incentivos aos pequenos e médios frigoríficos brasileiros. No final da semana passada publicamos uma enquete para saber o que a Comunidade do BeefPoint pensa sobre o assunto. Já recebemos um número grande de cartas e a maioria concorda que as empresas de médio e pequeno porte devem receber incentivos, mas muitos estão questionando qual é a melhor forma de ajudar o setor. Clique aqui para ver essas opiniões e nos envie a sua através do espaço de cartas do leitor.

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0 Comments

  1. francisco dos santos disse:

    Mercado do boi gordo aqui no ms, seque firme com pouca oferta e frigorificos desesperados para fecharem suas escalas, acredito que semana que vem vai ser um deus nos aguda em busca de gado gordo para abate, precos aqui hoje dia 20/08 ficou assim 82,00 a vista para o boi e 78,00 a vista para a vaca, escala para semana que vem zeradinha em todo lado.

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Este ano a redução de volume no segundo giro dos confinamentos é ainda maior que a redução no primeiro. E a seca esta severa. Acredito que a oferta seguirá apertada.

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