Os resultados positivos observados nas principais cadeias produtivas do campo em 2020, apesar da pandemia, e as boas perspectivas para o ano que vem, quando a colheita brasileira de grãos poderá bater um novo recorde em meio a preços elevados e câmbio favorável às exportações, levaram o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil a alcançar, no terceiro trimestre, o maior patamar da série histórica.
Segundo pesquisa divulgada ontem, o indicador subiu para 127 pontos, 15,3 pontos a mais que entre abril e junho. A escala do IC Agro vai de zero a 200, e 100 é o ponto neutro. O resultado é dimensionado a partir de 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas de todo o país. Cerca de 50 indústrias também são ouvidas.
“A percepção do mercado em geral para o PIB brasileiro em 2020 chegou ao ponto mais baixo em abril e desde então vem sendo corrigida para cima, a partir de indicadores melhores do que os inicialmente projetados”, diz Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento do Agronegócio da Fiesp (Deagro), em nota. Ele ressalva, porém, que o ambiente ainda é de incertezas e que a eventual consolidação de uma segunda onda de covid no país pode ter reflexos econômicos negativos.
O índice que mede especificamente a confiança dos produtores agropecuários subiu de 115,2 pontos, no segundo trimestre, para 132,7 entre julho e setembro. “Os preços dos principais produtos agrícolas estavam em trajetória de alta, como soja e milho, ou se recuperando, como nos casos de açúcar e algodão. E não houve problemas relacionados à liberação do crédito rural, cujos desembolsos para as principais culturas de janeiro a setembro cresceram 16% em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma, na nota, Christian Lohbauer, presidente da CropLife Brasil, que representa empresas de insumos.
O indicador que inclui indústrias que atuam antes e depois da porteira subiu para 122,9 pontos no terceiro trimestre, 13,8 pontos a mais que no período imediatamente anterior. “As relações de troca por insumos estavam em bons patamares para os produtores rurais”, diz Lohbauer.
As informações são do Valor Econômico.