A Federação Rural do Uruguai (FR) insistirá na necessidade de comercializar gados na terceira balança dos frigoríficos, porque, mediante o uso de tecnologias existentes, é possível avançar desse ponto da cadeia industrial no pagamento por qualidade, disse o vice-presidente da FR, Miguel Sanguinetti.
No marco das quatro reuniões anuais que devem ser cumpridas no interior do país de acordo com os estatutos da FR, na semana passada foi realizado o encontro na cidade de Zapicán, no departamento de Lavalleja, contando com a presença de vários produtores locais, de Batlle y Ordoñez, de Treinta y Tres e outras regiões próximas.
Na assembleia, foi discutida a competitividade do setor pecuário e a rentabilidade das propriedades, derivando o debate ao preço do gado gordo, onde se entendeu que ao produtor não chega o valor adequado com relação aos preços que a carne recebe no exterior.
Sanguinetti disse que assim ressurgiu a demanda de que os frigoríficos paguem as carcaças na terceira balança, tema que é reivindicado pela FR há tempos, mas que se retoma com uma inovação importante.
A FR tem a informação aportada pelo seu presidente, Jorge Riani, que visitou há poucos meses um frigorífico nos Estados Unidos e pode verificar que na terceira balança dessa planta industrial podem-se fazer todos os tipos de medições. Por exemplo, com escâner, pode-se medir a área do ojo de bife, a maciez e o marmoreio. Ele disse que o ministro Tabaré Aguerre argumentou a favor do pagamento pela qualidade, na quarta balança ou inclusive na desossa, e agora se comprova que também pode-se fazer isso na terceira balança. Na planta industrial que visitou nos Estados Unidos, todas as medições e os pagamentos eram feitos na terceira balança.
Sanguinetti disse que essa inquietude será novamente levantada pelos representantes para o Instituto Nacional de Carnes (INAC) e que será com um espírito de aporte franco e discussão ampla para que todos os membros encontrem um sistema objetivo de comercialização de gado.
Por outro lado, em um momento em que o mercado de gado se encontra com atividade bastante limitada de negócios, pelos menores preços que a indústria oferece, os produtores consideram que não há motivos para efetuar esse tipo de ajustes.
Nesse marco e diante da tendência de menores preços, os produtores aproveitam para engordar seus gados para compensar as perdas que isso significa, disse o representante da FR, Guillermo Villa.
Fonte: El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.