Veterinários e técnicos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai reuniram-se ontem na sede do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em Brasília, para discutir ações para um melhor controle sanitário da região, desde vacinação à manutenção constante de um sistema de vigilância. As sugestões serão encaminhadas formalmente aos governos dos respectivos países.
Todos concordaram em afirmar que o sacrifício de animais contaminados e em contato com os doentes só é válido em um período de 24 horas após a descoberta do foco, para que o vírus não se dissemine. Em todo o Mercosul já existem mais de 1,3 mil focos de aftosa, espalhados pelo Uruguai, Argentina e Brasil. Todos estão vacinando seus rebanhos. Os especialistas acreditam também que uma falha no sistema de vigilância e a inexistência de defesa (o Uruguai, por exemplo, não vacinava desde 1994) possibilitaram a entrada da doença na região.
A proposta é que seja adotado um programa integrado de erradicação da doença, com a inclusão da Bolívia no bloco do Cone Sul, e que os recursos sejam liberados com agilidade, em caso de emergência. A região pretende voltar a ter foco zero em 2003. “O combate à aftosa deve ser feito no conjunto de todos os países do Mercosul. Deve haver forte participação do setor privado, com forte ação de educação sanitária”, disse o coordenador de sanidade agropecuária do IICA, Josélio de Andrade Moura. Ele lembrou que apenas com o Brasil, a Bolívia tem 1,3 mil quilômetros de fronteira, área de alto risco quanto à transmissão do vírus. A Bolívia também tem fronteiras com o Paraguai, Chile e Argentina, e está iniciando seu programa de sanidade animal, disse Moura.
fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi e Ayr Aliski), adaptado por Equipe BeefPoint