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Pará avança em rastreabilidade

Pesquisadores do Centro de Inteligência Territorial (CIT), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolveram uma plataforma que mapeia as cadeias produtivas da soja e da carne bovina no Pará. O algoritmo cruza 30 bancos de dados públicos e utiliza imagens de alta qualidade geradas por satélite para fazer o diagnóstico socioambiental das mais de 280 mil fazendas do Estado.

Felipe Nunes, diretor-presidente do CIT, explica que o Selo Verde – Pará 2.1 é provavelmente o primeiro sistema governamental capaz de monitorar os fornecedores indiretos das indústrias – um dos principais imbróglios na luta contra o desmatamento no país. São produtores que vendem gado ou grãos para outras fazendas.

O algoritmo tem acesso às Guias de Trânsito Animal (GTAs) que acompanham a movimentação do gado. Devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o sistema preserva as informações consideradas pessoais e sigilosas dos produtores. “O pulo do gato é que a plataforma faz toda essa análise e apresenta só o diagnóstico”, afirma Nunes.

A iniciativa já chamou a atenção de outros Estados da Amazônia Legal, que demonstraram interesse em replicar o projeto, inclusive em outras culturas. “Acreditamos que esse sistema pode ser usado em qualquer Estado do Brasil”, afirma Nunes.

A UFMG fechou um acordo de cooperação com o governo do Pará para aplicar tecnologias de monitoramento de cadeias produtivas, combate ao desmatamento e apoio à agenda de sustentabilidade. Com base nos dados obtidos no projeto, Nunes estima que 20% das fazendas paraenses possuam algum tipo de irregularidade ambiental.

“É uma minoria que prejudica a imagem do todo, mas a plataforma já apresenta caminhos para que eles possam se regularizar com os mecanismos já existentes”, salienta o diretor do CIT. “São produtores que muitas vezes não têm nem um diagnóstico da própria situação”.

Apoios

O projeto conta com apoio tecnológico e recursos financeiros da gigante Amazon, que doou R$ 1,8 milhão a fundo perdido. A Amazon Web Services (AWS), empresa de computação em nuvem do mesmo grupo, também disponibilizou R$ 500 mil em créditos para hospedagem da plataforma.

“A estimativa é que eles possam trabalhar por um ano, pelo menos, com a possibilidade de renovarem [a hospedagem da plataforma]”, explica Paulo Cunha, diretor-geral para o setor público da AWS no Brasil.

A empresa também está ajudando na estruturação dos dados para que eles possam se comunicar, ainda que oriundos de fontes diferentes. “E também ajudamos a otimizar o uso da capacidade computacional e gerar automações que facilitem a consulta desses dados”, acrescenta.

Fonte: Valor Econômico.

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