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Para ministro da Agricultura, impacto da JBS na carne será longo

O impacto negativo da crise da JBS sobre a produção brasileira de carne terá efeito prolongado, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Penso que vai demorar um pouquinho para o setor se reorganizar. Até eles (JBS) voltarem a comprar mais, ou os frigoríficos que estão fechados reabrirem, vai tempo.”

Ele tem conversado com donos de diversos frigoríficos que se encontram fechados, mas pensam em reabrir as portas. Essa volta à atividade, porém, não acontece da noite para o dia. Além de colocar a planta em condições físicas de operar e contratar funcionários, é preciso obter uma autorização de funcionamento do ministério. “Não é apertar um botão e sair trabalhando amanhã.”

A Agricultura estrutura um plano para reorganizar o setor de frigoríficos. “Alguma coisa vai ser feita”, assegurou o ministro. Porém, as opções estão em aberto. “Tem muitas peças sobre a mesa e a gente ainda precisa achar uma saída.”

Uma alternativa proposta pelos produtores é a criação de uma cooperativa que reativaria pequenos frigoríficos. Maggi, porém, não se mostrou entusiasmado, apesar de considerar a ideia boa. “Essas coisas não começam grandes”, comentou. “Até nascer pequeno, ganhar escala, aprender. Em um momento de crise como essa, fundar uma cooperativa e sair vendendo? Para quem?”

Na quinta-feira, o ministro conversou com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, para pedir uma atenção especial ao setor. A oferta de linhas de crédito é considerada essencial para “manter o setor em pé”, segundo explicou o secretário executivo da pasta, Eumar Novacki.

Os produtores amargam a queda nos preços da carne pela desaceleração dos abates pela JBS. Antes da crise, era possível programá-los de um dia para o outro. Agora, segundo informações que chegam ao ministério, a demora é de até três semanas.

Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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