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Pará planeja aumentar exportações com declaração de área livre de aftosa com vacinação

O ano de 2004 será um marco para a economia do Pará. A afirmação é do gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), André Reis, ao fazer um balanço das exportações paraenses de carne em 2003 e avaliar as perspectivas para este ano. A previsão de Reis está baseada na decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de incluir a região centro-sul do Pará como livre de febre aftosa com vacinação. Com 43 municípios, essa área tem dez milhões de cabeças de gado, 75% do rebanho paraense.

Para o presidente da Federação da Agricultura do Pará (Faepa), Carlos Xavier, a carne produzida no estado é uma das melhores do mundo. “E logicamente, ao ter uma parte do estado com índice representativo de 75% do rebanho livre de aftosa, vamos alcançar o mercado internacional para internalizar dólares, viabilizando mais emprego e circulação de renda”.

O diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Luís Pinto, acredita que a carne paraense poderá ser comercializada para o exterior possivelmente a partir de março. “Apesar de já estarmos dentro da área livre de aftosa, nosso status sanitário ainda não foi reconhecido internacionalmente. A portaria assinada pelo ministro Roberto Rodrigues é um reconhecimento oficial, que nos dá força para negociar no exterior”, avaliou.

E isso vai acontecer a partir do dia 6 de março, quando o Mapa vai reunir os técnicos da Adepará e os representantes da Câmara Técnica da Organização Internacional de Epizootias (OIE). “Apresentaremos nossa proposta técnica para essa Câmara, que vai avaliar a situação do estado e definir o novo status sanitário. A reunião geral da OIE em maio de 2004 é a data final para homologação da área livre, mas a partir de março as negociações comerciais já serão prováveis”, disse Pinto.

Levantamentos indicam que em sete anos foram investidos R$ 36 milhões no programa de controle e erradicação, entre aportes de recursos privados, do governo estadual e da União. Isso representa quase o dobro do que o setor pecuarista recolhe aos cofres estaduais em arrecadação de ICMS, ou seja, todos os impostos do setor retornaram para os próprios criadores através da política de defesa agropecuária.

Para 2004, Pinto disse que as maiores prioridades são a manutenção
do status alcançado nesses 43 municípios, o que vai demandar investimentos fortes, e a inclusão do nordeste paraense e dos municípios da margem direita do Rio Amazonas na área livre. São 67 municípios da chamada área dois e mais seis da área três, com três milhões de animais que já têm condições, segundo ele, de pleitear o ingresso no mercado sem barreiras sanitárias. “Esse novo passo está sendo estudado pelos técnicos, mas para isso vamos precisar repetir ou até melhorar a performance técnica e operacional que a Adepará teve em 2003”.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Raimundo José Pinto), adaptado por Equipe BeefPoint

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